Seria a Língua Portuguesa machista?

Seria a Língua Portuguesa machista?

De acordo com alguns ativistas de esquerda, a língua portuguesa é machista. Entenda o motivo e quais são as soluções apresentadas por eles.

Por Redação em 17/09/2020

Segundo ativistas, a língua portuguesa é machista. Eles tem trabalhado em uma “gramática inclusiva”, que já é abordada em universidades e em alguns grupos ativistas.

Os artifícios mais comuns da lingua neutra são a utilização da letra “e” no lugar de “o” e “a” (como “alunes”, ao invés de “alunos” ou “alunas”), o uso símbolos (como em amig@s e professorxs) e a citação dos dois gêneros em todas as frases (como em “todos e todas”).

Vamos dar uma olhada na formação da língua portuguesa para ter uma visão mais clara sobre se ela é machista ou não.

O masculino e o neutro como sinônimos

No latim, há três gêneros: masculino, feminino e neutro. O neutro serve para coisas, grupos de homens e mulheres (ou machos e fêmeas) e grupos onde o sexo não é relevante. Conforme o latim evoluiu para o português, por uma questão de similaridade de pronúncia, o gênero neutro se mesclou ao masculino. Por exemplo, “amicus” (masculino) e “amicum” (neutro) viraram amigo em português, enquanto “amica” virou amiga.

Ou seja, a palavra masculina não se refere só a homens.

Vamos considerar, por exemplo, a frase “eu não tenho amigo algum”. Entendemos que quem disse isso não tem amizade com nenhuma pessoa. Se o locutor quiser salientar que não tem amigos do sexo masculino, terá que dizer “eu não tenho amigo homem”. Isso acontece porque “amigo”, no primeiro contexto, não denota sexo. É neutro.

Por outro lado, as mulheres têm um gênero gramatical que as identifica como grupo. Se digo “as deputadas”, não há dúvidas de que o grupo tem composição 100% feminina.  Talvez, se a Língua Portuguesa fosse de fato intrinsecamente machista, os homens teriam um gênero só deles.

Além disso, os acusadores da gramática machista apresentam “soluções” nada práticas.

Soluções nada práticas para deixar a língua menos “machista”

Apresentar os dois gêneros o tempo todo torna o texto cansativo. A leitura fica pesada e bem menos convidativa. O mesmo se aplica a uso de “os/as”.

Além disso, o que se chama de “gramática inclusiva” acaba, ironicamente, excluindo minorias. Por exemplo, palavras com “x” e “@” não ajudam disléxicos, estrangeiros, cegos que usam aplicativos de leitura ou alunos em fase inicial de alfabetização. A função de qualquer língua é a comunicação – não tem lógica alterar um idioma e dificultar justamente aquilo que é o seu principal propósito.

É claro que mulheres são seres humanos capazes e que merecem ser respeitadas, mas essa tática não agrega à causa por ignorar questões práticas e demonstra pouco conhecimento da língua portuguesa.

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Foto: Paul Hanoka.