“Linguagem neutra”: professor esquerdista é pego doutrinando os alunos

“Linguagem neutra”: professor esquerdista é pego doutrinando os alunos

Colégio Apoio ensina "linguagem neutra" e professora de história afirma que não utilizou os termos a.C. e d.C. a pedido da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

Por Redação em 11/09/2020

Está circulando nas redes sociais uma imagem mostrando uma aula do 8° ano ministrada no Colégio Apoio, localizado em Recife (PE). A polêmica em relação à aula vem do fato de que, no slide, podemos observar que o professor estava ensinando a chamada “linguagem neutra”, defendida por alguns esquerdistas.

Por exemplo, notamos o neologismo ‘obrigade’ no lugar de obrigada ou obrigado.

Além disso, segundo o texto projetado na lousa, é preciso “respeitar mais o próximo, e isso inclui respeitar seus pronomes e a forma como elu (sic) se sente mais confotável (sic) em ser chamade (sic)”.

No texto acima, ‘elu’ seria o equivalente “novo linguístico” para ele e ela e ‘chamade’ seria a versão progressista de chamado ou chamada, a tal da “linguagem neutra”.

Confotável foi somente um erro crasso, comum quando o professor esquece o principal – ensinar língua portuguesa, a norma culta – para focar no acessório – militância de esquerda em sala de aula.

Língua portuguesa é evolução do latim vulgar

A língua portuguesa é a evolução orgânica do latim vulgar levado a península ibérica por colonos romanos no Século III a.C., com influências menores de outros idiomas e com um marcado substrato céltico.

No latim, há os gêneros masculino, feminino e neutro. O neutro serve para coisas, grupos de homens e mulheres (ou machos e fêmeas) e grupos onde o sexo não é relevante.

Com a evolução do latim para o português, por uma questão de similaridade de pronúncia, pois a língua era essencialmente passada de forma oral de uma geração pra outra, o gênero neutro se mesclou ao masculino. Por exemplo, ‘amicus’ (masc.) e ‘amicum’ (neutro) viraram amigo em português e ‘amica’ (fem.) ficou amiga.

Com a evolução do latim para o português, por uma questão de similaridade de pronúncia, o gênero neutro se mesclou ao masculino. Por exemplo, ‘amicus’ (masc.) e ‘amicum’ (neutro) viraram amigo em português e ‘amica’ (fem.) ficou amiga.

Então, a palavra masculina não se refere só a homem. Se alguém disser “não tenho amigo algum”, qualquer um vai entender que a pessoa não tem amizade com ninguém. Se quiser salientar que não tem amigos do sexo masculino, terá que dizer “eu não tenho amigo homem”. Isso é porque amigo, naquele contexto, não denota sexo (é neutro).

As mulheres têm um gênero gramatical que as identifica como grupo. Se a Língua Portuguesa fosse machista, os homens teriam um gênero que os representasse como grupo, só deles.

Já o feminino, é um gênero muito particular, bem marcado. As mulheres têm um gênero gramatical que as identifica como grupo. Em “as professoras” não há dúvidas da composição, 100% feminina. Se a Língua Portuguesa fosse machista, os homens teriam um gênero que os representasse como grupo, só deles.

“Linguagem neutra” não foi a única polêmica. Querem abolir as siglas ‘a.C.’, antes de Cristo, e ‘d.C.’, depois de Cristo?

De fato, essa não foi a única aula a causar polêmica nas redes sociais. A professora de história Luize Coutinho transmitiu uma aula pelo Centro de Mídias da Secretaria da Educação do Estado. Nela, deixou de usar os termos a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo). Foram utilizados, no lugar, os termos AEC (Antes da Era Comum) e EC (Era Comum). Segundo a professora, foi a pedido da Secretaria de Educação de São Paulo.

“A Secretaria da Educação decidiu que vai usar essas siglas AEC (Antes da Era Comum) e EC (Era Comum), é o que conhecemos como d.C. (depois de Cristo) e a.C. (antes de Cristo). Como Cristo é uma referência religiosa e a gente sabe que nem todas as religiões têm Cristo como uma referência, e como tem pessoas que não têm uma religião, então a gente prefere usar esse termo porque é um pouco neutro”, disse a professora.

Calendário gregoriano é usado em todo o mundo

A professora esqueceu de mencionar que praticamente o mundo todo utiliza o calendário gregoriano, promulgado pelo Papa Gregório XIII em 24 de fevereiro de 1582 pela bula Inter gravissimas. Por isso, coloca Cristo no centro da cronologia.

Após o ocorrido, João Doria se manifestou em sua conta no Twitter e negou o que foi dito por Luize. De acordo com Dória, não há mudança no padrão adotado pela Secretaria da Educação em relação às siglas a.C. e d.C. Ele disse que qualquer fala ou texto que altere esse conceito não representa o posicionamento do Governo de São Paulo.

Para ler a matéria completa, acesse o site da Isto É.


Foto: reprodução/Twitter.