O jornalista José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, escreveu um texto para o Diário dos Campos comentando a possível perda do ano letivo de 2020: “A perda do ano letivo de 2020 é com certeza uma das piores notícias que a questão social poderia receber no Brasil de hoje”, afirma Guzzo.
“Tudo o que esses 50 milhões de jovens não precisam, hoje ou em qualquer época, é perder um ano de escola. São os mais pobres – e, portanto, a imensa maioria – e os que mais precisam adquirir conhecimento para ter alguma oportunidade objetiva de levar uma vida melhor que a dos seus pais. Como observou um editorial recente de O Estado de S. Paulo, citando palavras do secretário-geral da ONU, não há nenhuma esperança de se reduzir as desigualdades sociais, econômicas e culturais sem fornecer educação de qualidade aos jovens – é aí que está o ‘grande equalizador’.”
Texto de J.R. Guzzo a respeito da possível perda do ano letivo de 2020
Algumas escolas conseguiram passar o conteúdo de forma digital com êxito, mas esse não foi o caso principalmente das escolas públicas. Inclusive, alguns alunos da rede púbica falam em repetir de propósito para “aprender de verdade” no ano que vem.
A posição desses alunos é semelhando a de Guzzo. Ele comenta que “uma outra opção é passar todo mundo de ano via decreto. Mas nenhum aluno aprende via decreto”.
O que podemos aprender com a possível perda do ano letivo?
Por um lado, é bom que algumas escolas tenham conseguido passar o conteúdo. Por outro lado, tanto repetir os alunos que não tiveram a mesma sorte ou passa-los de ano intensifica desigualdades sociais.
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Segundo Guzzo, os alunos das escolas particulares, de um jeito ou de outro, vão aprender durante esse período catastrófico e “o fosso, em vez de diminuir, vai crescer”.
Assim, cabe a nós nos lembrarmos que as escolas públicas não mandam um boleto, cobrando uma mensalidade, mas nunca foram e não são de graça. O mesmo pai de família que corre o risco de ver seu filho repetir de ano trabalha em média 5 meses por ano para pagar impostos. Alguns conseguem fazer isso e ainda recorrer ao mercado, a iniciativa privada. Outros não.
Para ver a matéria completa, acesse o site Dário dos Campos.
Foto: Neonbrand.