Meritocracia: ganha mais quem se esforça mais?

Meritocracia: ganha mais quem se esforça mais?

Artigo discute a lógica do mercado e que não basta esforço, a pura e simples meritocracia, e sim o resulta dele, o valor gerado.

Por Redação em 19/06/2020

Aqui vai uma crítica aos liberais. A meritocracia é uma pauta comum de vocês, e a esquerda adora fazer charges criticando-a em que dois maratonistas tentam chegar a mesma linha de chegada, só que um enfrenta vários obstáculos e outro não.

Só que o termo correto em relação ao que enriquece alguém, que vem sendo esquecido por alguns de vocês, é criação de valor.

Não importa se alguém trabalha muito, não importa se uma pessoa produz várias unidades de um mesmo produto – importa se o que ela produz tem valor para alguém. Com certeza havia muita gente talentosa e dedicada trabalhando em fábricas de máquinas de escrever. Provavelmente alguns dos funcionários dessas fábricas não se atrasavam e participavam da criação de máquinas de escrever duráveis e com um bom design. Só que elas pararam de agregar algo na vida das pessoas da forma como faziam antes.

Empreender de forma bem sucedida e honesta é o ato de produzir coisas que as pessoas avaliam que agrega valor para sua vida. Esse valor pode vir de qualquer forma: entretenimento, conhecimento, saúde, economia de tempo, estética.

Isso explica o motivo de o Neymar ganhar mais que um professor bem treinado, em média. O professor vai ensinar, por ano, especialmente se der aulas presenciais, um número relativamente pequeno de pessoas. O Neymar e os outros jogadores, a cada partida, entretêm um número enorme de pessoas e agregam algum tipo de valor para a vida delas, de modo que elas estão dispostas a bancar direta ou indiretamente o salário deles.

E não adianta ficar bravo com esse sistema. Você o alimenta. Quando você decide que vai pegar parte do seu salário e comprar algo, o que está dizendo é que esse algo tem valor para você e é o que você julgou ser a melhor opção dentre as disponíveis. Quem pagou mais de mil reais para ver o U2 aqui no Brasil julgou que o valor que essa experiência teria era o melhor que aquela quantia de dinheiro poderia proporcionar.

A lógica do mercado não é a da recompensa pelo esforço, da pura e simples meritocracia, e sim pelo que resulta dele, do valor gerado – vamos ser mais assertivos ao falar para não sermos compreendidos de forma errada.

Com informações do Instituto Mises.


Foto: Jonathan Chng no Unsplash.