Estudante expulsa de aula por defender Bitcoin

Estudante expulsa de aula por defender Bitcoin

Wendy perguntou qual lei definia Bitcoin como crime, uma vez que de acordo com a Constituição Federal de 1988 não há crime sem lei que o defina.

Por Redação em 14/03/2022

Uma estudante brasileira foi expulsa de sua aula de contabilidade em um curso de economia por defender o Bitcoin.

A jovem Wendy narrou a lamentável situação de censura da ideia em seu Twitter e acabou recebendo a solidariedade da comunidade Bitcoin no Brasil.

Segundo ela, que não quis identificar o seu professor e nem a faculdade em que estuda para evitar retaliações, seu professor de contabilidade básica vive falando mal do Bitcoin em sala de aula. Certo dia, o professor disse que o “Bitcoin é ilegal”, e por isso o Pix seria melhor. Ela, então, perguntou qual lei enquadraria o Bitcoin como crime.

Obviamente, possuir, comprar e vender criptomoedas é legal no Brasil: existem várias empresas que são justamente plataformas de compra e venda desses ativos! Alguns exemplos são: Walltime, FoxBit, Mercado Bitcoin e BitPreço. Ora, nenhuma dessas empresas opera escodida, por “baixo dos panos”.

Inclusive, na própria página da Receita Federal está a legislação sobre o tema, a qual diz: “É isento do imposto sobre a renda o ganho de capital auferido na alienação de criptomoedas cujo valor total das alienações em um mês, de todas as espécies de criptoativos ou moedas virtuais, independentemente de seu nome, seja igual ou inferior a R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais).”

A agressão a troco de nada acabou repercutindo mal pelo Twitter, com pessoas dando apoio a aluna expulsa por defender seu ponto de vista.

Fernando Ulrich, entusiasta de Bitcoin e autor do livro, cogitou dar palestra em faculdade - Twitter

Economista se oferece para dar palestra em faculdade de jovem expulsa por defender Bitcoin

Fernando Ulrich é economista, mestre em Economia da Escola Austríaca, foi economista-chefe na XP Investimentos, é conselheiro do Instituto Mises Brasil e é também professor na Puc do Rio Grande do Sul.

Ele se tornou conhecido entre aqueles interessados por criptomoedas devido a seu canal no YouTube. Vendo a repercussão, Ulrich se dispôs a dar uma palestra na faculdade onde Wendy estuda caso seu professor a expulse novamente.

O diferencial das criptomoedas

Devido a forma como são programadas, por uma questão matemática e tecnológica, não é possível acessar uma carteira de Bitcoin sem o código de acesso (chamado chave-privada).

Ou seja, você compra criptomoedas e as tranfere para uma carteira. A partir daí, somente o dono, que tem a chave-privada, tem acesso a quantia depositada. Isso permite ao cidadão comum ter uma reserva em algo que não seja dinheiro estatal, se protegendo da inflação e de peripécias que um governante irresponsável ou mal intencionado possa fazer. Além disso, carregar até mesmo valores grandes de um país para outro é fácil, caso você deseje se mudar: basta levar a chave-privada com você.

Apenas cuide bem dela e não a compartilhe com ninguém. Para saber mais sobre como criar uma carteira de Bitcoin, clique aqui.

* Mari Gatti, escritora.


Foto: Dmitry Demidko