Chapecó divulga balanço: 58% de redução na mortalidade com tratamento precoce

Chapecó divulga balanço: 58% de redução na mortalidade com tratamento precoce

Ação da cidade contra a COVID-19 foi ironizada no “dia da mentira” pelo biólogo e influencer Atila Iamarino. Entretanto, a análise dos dados feita por pesquisadores da UNOESC – Universidade do Oeste de Santa Catarina, demonstrou redução dramática de mortes entre os tratados.

Por Redação em 16/05/2022

A prefeitura de Chapecó, cidade com 227 mil habitantes no interior de Santa Catarina, divulgou nesta última quarta-feira os resultados de seu programa de tratamento precoce contra a COVID-19.

O levantamento dos dados e análise dos resultados ficou a cargo de pesquisadores da UNOESC – Universidade do Oeste de Santa Catarina, uma das mais conceituadas da região sul do Brasil e bastante presente no estado. A pesquisa foi coordenada pela professora Marcieli Maccari, diretora de Pesquisa, Pós Graduação e Extensão da UNOESC.

A análise foi feita através dos prontuários médicos digitais de 13.156 pacientes que buscaram atendimento para a COVID-19 entre o início de janeiro de 2021 até 18 de outubro do mesmo ano, que inclui o período em que houve predomínio da variante Gamma (P.1), a cepa que causou a doença mais grave registrada até aqui.

Na estatística, os pacientes considerados como tratados são os que receberam qualquer um dos seguintes medicamentos: cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, vitamina D, antibióticos ou corticosteróides, tanto de modo isolado, em monoterapia, como em conjunto.

A prefeitura forneceu os medicamentos de forma gratuita e os pacientes, logo após o teste rápido e atendimento médico, já recebiam o tratamento. Na sequência, cada paciente com Covid era acompanhado pela equipe de enfermagem à distância, por telefone e whatsapp.

Resultados

Dos 5.151 pacientes tratados, 73 morreram. Taxa de letalidade: 1,42%.

Entre os 8.005 pacientes não tratados, 273 morreram. Taxa de letalidade: 3,41%.

Houve, portanto, uma redução no risco de morrer de 58,4% entre os tratados.

Chapecó, o uso tratamento precoce e a autonomia médica

Na coordenação médica e científica do Ambulatório COVID-19 Tratamento Imediato “Verdão”, estava o Dr Diego Leonardo Bet. Ele informa que houve autonomia e nenhum médico foi obrigado a prescrever qualquer medicação. Entretanto, houve um processo de educação continuada sobre as últimas evidências, contando com professores renomados e reuniões clínicas onde compartilhavam conhecimentos e discutiam casos. “Nós fizemos um esquema de educação médica que permitiu a cada um se sentir mais seguro, mais confiante para prescrever aquilo que achasse melhor para seu paciente. Então ninguém foi obrigado a fazer nenhum tratamento”, afirmou. 

“Atendi muitos pacientes que pelo estigma tive muito trabalho pra convencer de que era importante fazer o tratamento”, complementou.

Entre os 8.005 pacientes não tratados, 273 morreram. Seguindo a mesma proporção de mortos entre os tratados, se eles tivessem recebido as medicações, entre esses 8.005, seriam apenas 113 óbitos em vez de 273. Ou seja, hoje 160 pessoas da cidade estariam vivas.

O prefeito João Rodrigues elogiou a coragem dos médicos que mesmo achincalhados enfrentaram a pandemia tratando a COVID-19. “Nós não abrimos mão de darmos liberdade para os médicos, mas tivemos um grupo de heróis aí no meio que tiveram a coragem de se unir, pesquisar, mesmo muitos não sendo especialistas na área específica, mas estudaram”.

Para mais detalhes, clique aqui.


Foto: reprodução/facebook