Nessa semana houve protestos contra a vacina obrigatória na Dinamarca. Uma emenda de lei torna obrigatória a vacina contra a Covid-19, entre outras. De acordo com o Jornal Vera Cruz, os protestos duraram 9 dias e o parlamento não aguentou a pressão e a rejeitou no dia 18 de novembro, poucos dias após sua apresentação.
Entenda o motivo dos protestos contra a vacina obrigatória
A emenda, denominada Lei de Epidemias ou Epidemiloven, que você pode ler na íntegra clicando aqui, concedia poderes controversos às autoridades. Surpreendentemente, a palavra “tvang”, que significa “coerção” em dinamarquês, aparece na Lei 92 vezes. Confira abaixo parte do texto.
Capítulo 4 – Medidas contra a propagação de doenças infecciosas e outras doenças transmissíveis neste país
§ 5º A Comissão Epidêmica poderá determinar que quem sofre de doença geralmente perigosa, ou que se presume estar infectado, seja examinado por médico e, se necessário, internado em hospital para observação.
PCS. 2. Se a ordem não for cumprida, a pessoa em causa pode, com a ajuda da polícia, ser apresentada a um médico para exame, assim como a pessoa em causa pode, se necessário com a ajuda da polícia, ser internada à força num hospital para observação. Elas poderiam definir grupos de pessoas para os quais a vacina deveria ser obrigatória e permitia o uso de força policial para tal.
Capítulo 4 da emenda Lei de Epidemias
Assim que o parlamento dinamarquês começou a discutir a proposta, teve início uma onda de protestos públicos contra a vacina obrigatória, que a mídia mainstream local divulgou muito pouco.
Conforme disse o arquiteto Robin Monotti Graziadei postou o seguinte no Twitter: “É claro que é possível, devido à censura da grande mídia, viver na Dinamarca e estar totalmente alheio que tudo isso está acontecendo.”
O Epidemiloven substituiria uma lei de emergência aprovada em outubro deste ano. Em suma, ele concedia ao governo dinamarquês poderes para:
- Decretar quarentenas;
- Proibir o acesso a instituições públicas, supermercados e lojas, lares de idosos públicos privados e hospitais, além de permitir a imposição de restrições de acesso ao transporte público;
- Isolar, tratar e hospitalizar pessoas contaminadas ou suspeitas de estarem contaminadas com a Covid à revelia da vontade dessas pessoas.
O fato de o projeto de lei prever o uso da coerção estatal, contenção física e bloqueio de instalações levou a preocupação de que sejam formados guetos de pessoas contaminadas com Covid-19.
O que a OMS diz a respeito de lockdown e obrigatoriedade da vacina
O Dr. David Nabarro, da Organização Mundial da Saúde (OMS), criticou o lockdown. Ele pediu para que os governantes parem de “usar lockdown como seu método de controle primário”.
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De acordo com Navarro, “Os lockdowns tem apenas uma consequência que você nunca deve menosprezar: torna os pobres muito mais pobres”.
Sobre a obrigatoriedade de vacinas, a brasileira Mariângela Simão, vice-diretora-geral da OMS se posicionou contra. Ela disse que “em uma situação que você está falando com adultos, que têm capacidade de discernimento para fazer escolhas informadas, não se recomenda medidas autoritárias. Até porque é difícil fiscalizar”.
Além disso, milhares de profissionais da área da saúde tem se manifestado contra o lockdown. Esse é o caso, por exemplo, dos especialistas que assinaram a Great Barrington Declaration, dos Médicos Por La Verdad e dos médicos alemães que iniciaram a chamada Comissão de Inquérito Extra-Parlamentar da Corona (Außerparlamentarischer Corona Untersuchungsausschuss).
*Beatriz Nunes é formada em Gestão de Políticas Públicas e Administração pela Universidade de Campinas. Atua como professora, gestora e escritora.
Foto: Markus Winkler.