A princípio, a pandemia causada pelo vírus chinês assustou o mundo. Mas é ela que está deixando um legado surpreendente para as novas gerações. A digitalização no campo, certamente, está entre as maiores surpresas causadas pela pandemia.
Primeiramente pela aceleração tecnológica. Outro fator relevante é a forma como as pessoas se relacionam, além, é claro, sobre as lições de higiene e cuidados com a saúde.
Da mesma forma que a aceleração digital foi notada nas cidades, a digitalização invadiu o campo.
As lavouras ganharam tecnologia, assim como as áreas de pastagem. A tecnologia e a digitalização no campo viraram realidade.
De acordo com Wanise Ferreira, em artigo publicado na Revista Tele Síntese, a agricultura brasileira, que já era fortemente mecanizada, deu um salto em termos de inovação exclusivamente para garantir o abastecimento durante a pandemia.
Assim como nas cidades, as soluções digitais no campo, das quais estamos falando, incluem do uso de imagens captadas por drones, por exemplo.
Assim como tecnologias via satélite, a utilização de geoprocessamento e inteligência artificial, além das máquinas conectadas.
A digitalização no campo tornou-se necessária também para a ampliação dos negócios.
Quem diria que a preocupação com o desabastecimento impulsionaria tanto a digitalização no campo.
Foi no auge da pandemia, no início de abril, que a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, assinou uma declaração conjunta de medidas para garantir o abastecimento de alimentos aos 620 milhões de consumidores que vivem na região (24 países da América Latina e do Caribe).
Na declaração estavam medidas que indicavam o uso de sistemas de monitoramento da cadeia logística e o estímulo à adoção de plataformas digitais, além de aplicativos para o comércio eletrônico de alimentos.
De acordo com informações da Embrapa Informática, a pandemia trouxe demandas de sistemas digitais.
“Muitos foram acelerados, pois ainda teriam algum tempo de maturação. Se alguma área tinha resistências agora ficou claro o apelo tecnológico e da agricultura de precisão para, entre outros benefícios, permitir resultados mesmo em situações de emergência”, observa Silvia Massruhá, chefe-geral da Embrapa Informática.
Outra evolução notada no campo foi o atendimento on-line de profissionais como agrônomos, assim como a necessidade de incluir pequenos e médios produtores no novo sistema.
“Sem contar o fato de que grandes grupos e fazendas tiveram que colocar seus funcionários trabalhando em casa (home office)”, explica.
A chefe-geral da Embrapa Informática afirma que os produtores sairão da pandemia muito mais antenados tecnologicamente. “Em termos tecnológicos, deixaremos o século 20 de vez para mantermos o protagonismo mundial em soluções inovadoras”, afirma.
Bastante otimista, Silvia Massruhá conta que o mundo do agro voltará mais acordado depois que a pandemia terminar. “A inovação já estava na pauta dos produtores e na aplicação no campo”, completa.
Segundo a publicação, um exemplo claro da invasão tecnológica no dia a dia do produtor agrícola, diz respeito à inclusão do Sistema de Análise Temporal (SATVeg).
A plataforma de sensoriamento remoto desenvolvida pela Embrapa serve como uma forma de comprovação de perdas agrícolas para o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).
O grupo Tereos, que atua em áreas como cultivo de cana de açúcar, fabricação de produtos derivados e produção de etanol e energia elétrica, também declarou que a pandemia acelerou a digitalização no campo.
“Isso porque a crise da Covid-19 fez aumentar a demanda por análises de dados com foco na otimização e na busca de maior produtividade”, explicou Marcos Scalabrin, gerente-executivo de inteligência analítica do grupo Tereos.
De acordo com a publicação, a companhia completou em 2019 a chegada da fibra óptica a essas instalações. “Isso nos proporcionou colocar mais de 400 colaboradores em home office”, disse o executivo.
O Cepea divulgou ainda em abril uma previsão para o setor. E somente agora estamos comprovando o que já vinha sendo dito por eles desde o início da pandemia.
Milho com alta nos preços, arroz com preço recorde no mercado, café otimista para o mercado, safra recorde de soja, hortifrutigranjeiro em crescimento com a implantação de vendas via aplicativos e sites.
Um estudo da McKinsey, realizado entre janeiro e fevereiro deste ano, com 750 agricultores de diferentes regiões mostrou que 36% dos agricultores brasileiros usam ferramentas online, contra 24% nos Estados Unidos.
Quer saber mais sobre o assunto, então baixa o relatório completo aqui.
Foto: Shane Smith.
Brasil tem "pré-sal verde" na Amazônia: 210 bilhões de litros/ano de biocombustível em áreas degradadas…
A Baita Aceleradora celebra uma década de sucesso, destacando-se por seu portfólio diversificado e compromisso…
GFANZ e BNDES lançam iniciativas para financiar projetos climáticos no Brasil. Plataforma de Transição Climática…