Pandemia acelera digitalização no campo

Pandemia acelera digitalização no campo

A pandemia assustou o mundo. Em contrapartida, está deixando um legado para as novas gerações. A digitalização no campo é exemplo disso.

Por Redação em 03/10/2020

A princípio, a pandemia causada pelo vírus chinês assustou o mundo. Mas é ela que está deixando um legado surpreendente para as novas gerações. A digitalização no campo, certamente, está entre as maiores surpresas causadas pela pandemia.

Primeiramente pela aceleração tecnológica. Outro fator relevante é a forma como as pessoas se relacionam, além, é claro, sobre as lições de higiene e cuidados com a saúde.

Da mesma forma que a aceleração digital foi notada nas cidades, a digitalização invadiu o campo.

As lavouras ganharam tecnologia, assim como as áreas de pastagem. A tecnologia e a digitalização no campo viraram realidade.

De acordo com Wanise Ferreira, em artigo publicado na Revista Tele Síntese, a agricultura brasileira, que já era fortemente mecanizada, deu um salto em termos de inovação exclusivamente para garantir o abastecimento durante a pandemia.

Digitalização no campo

Assim como nas cidades, as soluções digitais no campo, das quais estamos falando, incluem do uso de imagens captadas por drones, por exemplo.

Assim como tecnologias via satélite, a utilização de geoprocessamento e inteligência artificial, além das máquinas conectadas.

A digitalização no campo tornou-se necessária também para a ampliação dos negócios.

Quem diria que a preocupação com o desabastecimento impulsionaria tanto a digitalização no campo.

Foi no auge da pandemia, no início de abril, que a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, assinou uma declaração conjunta de medidas para garantir o abastecimento de alimentos aos 620 milhões de consumidores que vivem na região (24 países da América Latina e do Caribe).

Na declaração estavam medidas que indicavam o uso de sistemas de monitoramento da cadeia logística e o estímulo à adoção de plataformas digitais, além de aplicativos para o comércio eletrônico de alimentos.

A Embrapa e a digitalização no campo

De acordo com informações da Embrapa Informática, a pandemia trouxe demandas de sistemas digitais.

“Muitos foram acelerados, pois ainda teriam algum tempo de maturação. Se alguma área tinha resistências agora ficou claro o apelo tecnológico e da agricultura de precisão para, entre outros benefícios, permitir resultados mesmo em situações de emergência”, observa Silvia Massruhá, chefe-geral da Embrapa Informática.

Outra evolução notada no campo foi o atendimento on-line de profissionais como agrônomos, assim como a necessidade de incluir pequenos e médios produtores no novo sistema.

“Sem contar o fato de que grandes grupos e fazendas tiveram que colocar seus funcionários trabalhando em casa (home office)”, explica.

A chefe-geral da Embrapa Informática afirma que os produtores sairão da pandemia muito mais antenados tecnologicamente. “Em termos tecnológicos, deixaremos o século 20 de vez para mantermos o protagonismo mundial em soluções inovadoras”, afirma.

Bastante otimista, Silvia Massruhá conta que o mundo do agro voltará mais acordado depois que a pandemia terminar. “A inovação já estava na pauta dos produtores e na aplicação no campo”, completa.

Segundo a publicação, um exemplo claro da invasão tecnológica no dia a dia do produtor agrícola, diz respeito à inclusão do Sistema de Análise Temporal (SATVeg).

A plataforma de sensoriamento remoto desenvolvida pela Embrapa serve como uma forma de comprovação de perdas agrícolas para o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).

Mais inteligência no campo

O grupo Tereos, que atua em áreas como cultivo de cana de açúcar, fabricação de produtos derivados e produção de etanol e energia elétrica, também declarou que a pandemia acelerou a digitalização no campo.

“Isso porque a crise da Covid-19 fez aumentar a demanda por análises de dados com foco na otimização e na busca de maior produtividade”, explicou Marcos Scalabrin, gerente-executivo de inteligência analítica do grupo Tereos.

De acordo com a publicação, a companhia completou em 2019 a chegada da fibra óptica a essas instalações. “Isso nos proporcionou colocar mais de 400 colaboradores em home office”, disse o executivo.

Previsões para o setor

O Cepea divulgou ainda em abril uma previsão para o setor. E somente agora estamos comprovando o que já vinha sendo dito por eles desde o início da pandemia.

Milho com alta nos preços, arroz com preço recorde no mercado, café otimista para o mercado, safra recorde de soja, hortifrutigranjeiro em crescimento com a implantação de vendas via aplicativos e sites.

Um estudo da McKinsey, realizado entre janeiro e fevereiro deste ano, com 750 agricultores de diferentes regiões mostrou que 36% dos agricultores brasileiros usam ferramentas online, contra 24% nos Estados Unidos.

Quer saber mais sobre o assunto, então baixa o relatório completo aqui.


Foto: Shane Smith.