O momento pede criatividade do setor varejista

O momento pede criatividade do setor varejista

Luiz Fabrício Argentieri, sócio da TSP Editorial, explica, em artigo publicado no Boletim Denarius da Fipecafi, que o momento exige criatividade do setor varejista, especialmente das livrarias e congêneres.

Por Luiz Fabrício Argentieri em 10/08/2021

A pandemia provocada pela Covid-19, com suas restrições impostas ao funcionamento dos comércios, intensificou o processo de transformação digital no comércio e a criatividade do setor varejista.

Dados divulgados pela Live University indicam que, antes da pandemia, o varejo on-line tinha 3% das vendas totais do ramo. Durante a crise sanitária esse saldo subiu para 10% e estima-se que chegará a 22% em 2022.

Para algumas empresas do varejo, em especial, essa disrupção foi ainda mais forte. Por exemplo, no último ano, as livrarias perderam 20% de market share no setor livreiro, com queda de 32% nas vendas, enquanto, no mesmo setor, o e-commerce viu suas vendas crescerem 82%. O fortalecimento dos principais marketplaces, como Mercado Livre, Amazon e Magazine Luiza, enfraquece as livrarias, levando muitas à falência.

Muitos acreditam que o declínio da venda de livros físicos decorre da mudança de consumo, com o aumento do uso da tecnologia pelos leitores. Acredito que essa perspectiva não esteja 100% correta. O grande desafio para as empresas do ramo é identificar novos espaços nos quais os consumidores podem ser atingidos.

Uma editora importante do Brasil, por exemplo, utilizou o bom momento vivenciado pelos supermercados durante a pandemia para impulsionar suas vendas de livros infantis. Com essa estratégia, mais de quinhentos novos pontos de vendas foram abertos por ela no varejo alimentar. Pela essencialidade dos produtos, o supermercado foi um dos poucos ambientes que não deixou de receber consumidores. O digital, também foi destaque, e a participação em seu faturamento total passou de 5% para 30%.

Encontrar essas oportunidades passará a ser cada vez mais essencial para se manter a competitividade. Além disso, a transformação tecnológica precisará estar presente na cultura das empresas do ramo, integrando a experiência da compra física com a digital, o que o mercado vem chamando de Figital. Integrar o que há de melhor nas duas formas de consumo demanda criatividade, mas certamente gera recompensas. E o melhor: garante a sobrevivência no longo prazo!

Publicado originalmente no Boletim Denarius da Fipecafi.

*Luiz Fabrício Argentieri é sócio da TSP Editorial.


Foto: Proxyclick.