Mais Bohr, menos Kotler: sua marca mais atrativa

Mais Bohr, menos Kotler: sua marca mais atrativa

Ter uma marca mais atrativa é desejo de todo empreendedor. De acordo com Mauricio Conti, o segredo é utilizar conceitos de startup thinking.

Por Maurício Conti em 23/07/2021

Pode apostar: ter uma marca mais atrativa está na lista de desejos de todo empreendedor.
De acordo com Mauricio Conti, da wconnect, o segredo é utilizar bem os conceitos de startup thinking.
Os antigos modelos de negócio já não funcionam mais atualmente. Por isso as marcas foram obrigadas a se reinventarem para assumir uma posição de desejo nos consumidores.
Pensando nisso, Mauricio Conti elencou 8 dicas para tornar sua marca mais atrativa.

Deixando sua marca mais atrativa

1- Use a força do crowdsourcing

Profissionais brilhantes estão disponíveis para projetos inovadores. Se, para executar um projeto, você precisa de uma mão de obra super especializada, ela está muito mais disponível hoje em dia.
Com o avanço da importância da inovação e dos processos criativos, cada vez mais profissionais de ponta estão deixando as empresas e se dedicando a projetos específicos. Essa realidade cria um ciclo virtuoso para a inovação que as startups, por exemplo, estão aproveitando muito bem e que também está disponível para as grandes empresas.

2- Pense no mundo, não só no Brasil

Hoje, não há limites geográficos, nem para o produto nem para a contratação de profissionais. O que existem são limites de distribuição. Como cada vez mais as marcas precisaram entregar valor intangível, menores serão essas barreiras de distribuição. Só que, para isso, grandes empresas precisarão mudar o mindset, pois os obstáculos que antes as protegiam agora estão simplesmente ruindo.

3- A vida é beta

Isso não significa que pode-se levar ao mercado produtos pela metade ou mal acabados. Significa que a evolução de um projeto não precisa mais esperar os ciclos de produção.
O potencial das impressoras 3D, dos dispositivos de hardware como o Arduino, estão ai para provar a tese. Com equipamentos de uso geral os investimentos de produção, principalmente em pequena escala caem violentamente o ciclo de retorno torna-se extremamente rápido, numa escala inimaginável há 20 anos.

4- Ideias pré-concebidas matam ideias novas

Grande parte do raciocínio de inovação, nas empresas, está baseada em um raciocínio evolutivo. É o que se costuma chamar de inovação incremental. Essa premissa, que nasce da necessidade das empresas de preservar suas posições de mercado e rentabilizar investimentos anteriores, mata a possibilidade de criação de inovação disruptiva, que efetivamente cria novos espaços de mercado.
As empresas precisam criar espaços onde as pessoas possam não saber como as “coisas funcionam”. Só assim elas conseguirão realmente projetar coisas novas.

5- Planeje o mínimo necessário, não o máximo possível

Executivos devem ser imunes a erros. A primeira lição que se aprende, no primeiro estágio, mercado corporativo é que tudo deve ser feito para minimizar o erro e, quando ele é inevitável. Temos que ter garantias de que nossas justificativas serão convincentes.
A consequência deste raciocínio? As empresas gastam muito tempo e dinheiro com planejamentos infinitos que tentam muitas vezes mais justificar possíveis erros do que realmente minimizá-los.
Essas companhias criam uma projeção de realidade futura a partir de um retrato de um passado antigo. Planejamento é fundamental, mas deve ser o mínimo “necessário” para que se tenha boas pistas para serem validadas por quem realmente decide as coisas: o cliente.

6- Feedback sincero vale mais do que mil horas de planejamento

O medo de errar também tem outra consequência que inibe que a marca tenha posturas mais inovadoras e que, assim, possa se reinventar. Trata-se do medo do feedback do cliente.
Um feedback ruim, mesmo em fases de pré-lançamento é entendido, na maioria das vezes, como um sinal de que os investimentos no projeto devem ser cessados, não apenas de que algo precisa ser mudado. Como projetos longos, muitas vezes, se colam nas carreiras dos executivos dentro da empresa, um retorno desfavorável significa um fracasso pessoal.
O sucesso recente das startups mostra que o ideal é exatamente o contrário. Encarar as primeiras ideias como experimentos. É importante levá-las e validá-las com o cliente o quanto antes sabendo que a ideia original vai mudar e que cada alteração significa tornar o projeto mais próximo de algo que as pessoas reais querem comprar.

7- Utilize metodologias e processos ágeis

Em tempo de conexões instantâneas e de explosão de ofertas e novos players em praticamente todos os mercados, é fundamental entender que o consumidor não espera o ciclo de planejamento das empresas.
Como a fidelidade às marcas é cada vez mais baixa, a reação rápida tende a ter cada vez mais força. E metodologias ágeis foram criadas sobre este paradigma: entregar antes e reagir rapidamente às mudanças exigidas pelos consumidores.

8- Mais Bohr e menos Kotler

O físico Neil Bohr, um dos pais da mecânica quântica, diz em uma de suas célebres frases “predição é muito difícil, especialmente se for sobre o futuro”. Vivemos em mercados cada vez mais instáveis onde acertar os cenários futuros é cada vez mais incerto e as possibilidades de cenários imagináveis são infinitas. Avaliar, com acurácia razoável, cada um deles acaba praticamente inviável e ainda não descarta a possibilidade de que se estabeleça uma realidade impensada.
Validar hipóteses, ao invés de criar múltiplos cenários, está se tornando a melhor opção de uso do grande volume de inteligência que as empresas conseguem gerar hoje em dia.


Foto: Michael Dziedzic.