Você deve ter notado que o mercado musical mudou muito nos últimos 30 anos. A tecnologia tomou conta do cenário, e por isso o mercado de direitos autorais está utilizando blockchain para ajustar o processo.
Atualmente, com a revolução digital que minou a grande força das gravadoras, surgiram as gigantes de streaming como Deezer, Amazon Music e Spotify, por exemplo.
No Brasil, embora o mercado tenha sido impactado com essas mudanças tecnológicas, a estrutura de cobrança de direitos autorais ainda é burocrática.
Todos os direitos são centralizados no ECAD, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição. É ele quem faz o repasse dos direitos autorais para editoras, entidades de proteção dos autores e intérpretes.
É justamente por isso que milhares de artistas e compositores não são pagos em seus direitos autorais na totalidade: o processo burocrático.
Sabe-se que cerca de 20% dos direitos perdidos por ineficiência do ECAD e outros erros.
E aí surgiu a oportunidade de inovar.
Startups brasileiras estão usando blockchain e inteligência artificial no mercado de direitos autorais fonográficos para tentar recuperar esses valores.
Como funciona o ECAD?
O pagamento do ECAD depende exclusivamente da declaração de rádios, produtoras de shows e espaços de execução pública.
Dessa forma, os executores das músicas têm a obrigação de fornecer todas as informações, que são cruzadas com o banco de dados do ECAD.
E é aí onde mora o problema: afinal, nem sempre essa informação é suficiente. E assim o processo fica passível de erros, omissões e perda de dinheiro.
Surpreendentemente, neste processo sem auditoria ou fiscalização, milhões de reais são perdidos.
Como ficam os direitos autorais com o blockchain?
De acordo com o Portal Blockinfo, a inovação está chegando à cobrança e fiscalização de direitos fonográficos.
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Esse movimento acontece graças às startups blockchain e de inteligência artificial.
A startup Smart Rights usa blockchain para cadastrar obras.
Dessa forma, certifica os direitos autorais nas plataformas de streaming registrando as transações e certificando que as porcentagens de cada titular envolvido não seja adulteradas.
Enquanto isso, a inteligência artificial atua para encontrar os devidos valores em plataformas parceiras como Deezer e Spotify.
“Com a tecnologia, os autores e executores da obra ganham não apenas o quanto têm direito, mas também recebem com maior agilidade”.
Segundo a reportagem, o fundador da startup, Guilherme Sampaio, justificou a questão da utilização do blockchain nos processos de direitos autorais no mercado musical.
“Direito autoral é dinheiro. A blockchain permite ver as porcentagens e quando essas informações entraram no sistema. É uma ferramenta que permite realizar as auditorias”.
Inteligência artificial
A startup LA Music apostou na inteligência artificial para oferecer serviços financeiros ao mercado de direito autoral, em especial junto ao ECAD.
De acordo com Maurício Kavinski, fundador da startup, a LA Music usa algoritmos para tentar identificar se autores têm valores a receber por execuções públicas (rádios, TV, shows ou internet) junto ao ECAD.
“O ECAD arrecada anualmente R$ 1 bilhão, mas 20% disso acaba nos retidos. É muito comum que autores percam valores”.
Para saber mais sobre o como startups brasileiras estão revolucionando o mercado de direitos autorais com blockchain, clique aqui.
Foto: William Iven.