Startups brasileiras revolucionam mercado de direitos autorais com blockchain

Startups brasileiras revolucionam mercado de direitos autorais com blockchain

Cerca de 20% dos direitos autorais são perdidos por ineficiência do ECAD. Startups de direitos autorais usam blockchain para mudar isso.

Por Redação em 17/03/2021

Você deve ter notado que o mercado musical mudou muito nos últimos 30 anos. A tecnologia tomou conta do cenário, e por isso o mercado de direitos autorais está utilizando blockchain para ajustar o processo.

Atualmente, com a revolução digital que minou a grande força das gravadoras, surgiram as gigantes de streaming como Deezer, Amazon Music e Spotify, por exemplo.

No Brasil, embora o mercado tenha sido impactado com essas mudanças tecnológicas, a estrutura de cobrança de direitos autorais ainda é burocrática.

Todos os direitos são centralizados no ECAD, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição. É ele quem faz o repasse dos direitos autorais para editoras, entidades de proteção dos autores e intérpretes.

É justamente por isso que milhares de artistas e compositores não são pagos em seus direitos autorais na totalidade: o processo burocrático.

Sabe-se que cerca de 20% dos direitos perdidos por ineficiência do ECAD e outros erros.

E aí surgiu a oportunidade de inovar.

Startups brasileiras estão usando blockchain e inteligência artificial no mercado de direitos autorais fonográficos para tentar recuperar esses valores.

Como funciona o ECAD?

O pagamento do ECAD depende exclusivamente da declaração de rádios, produtoras de shows e espaços de execução pública.

Dessa forma, os executores das músicas têm a obrigação de fornecer todas as informações, que são cruzadas com o banco de dados do ECAD.

E é aí onde mora o problema: afinal, nem sempre essa informação é suficiente. E assim o processo fica passível de erros, omissões e perda de dinheiro.

Surpreendentemente, neste processo sem auditoria ou fiscalização, milhões de reais são perdidos.

Como ficam os direitos autorais com o blockchain?

De acordo com o Portal Blockinfo, a inovação está chegando à cobrança e fiscalização de direitos fonográficos.

Esse movimento acontece graças às startups blockchain e de inteligência artificial.

A startup Smart Rights usa blockchain para cadastrar obras.

Dessa forma, certifica os direitos autorais nas plataformas de streaming registrando as transações e certificando que as porcentagens de cada titular envolvido não seja adulteradas.

Enquanto isso, a inteligência artificial atua para encontrar os devidos valores em plataformas parceiras como Deezer e Spotify.

“Com a tecnologia, os autores e executores da obra ganham não apenas o quanto têm direito, mas também recebem com maior agilidade”.

Segundo a reportagem, o fundador da startup, Guilherme Sampaio, justificou a questão da utilização do blockchain nos processos de direitos autorais no mercado musical.

“Direito autoral é dinheiro. A blockchain permite ver as porcentagens e quando essas informações entraram no sistema. É uma ferramenta que permite realizar as auditorias”.

Inteligência artificial

A startup LA Music apostou na inteligência artificial para oferecer serviços financeiros ao mercado de direito autoral, em especial junto ao ECAD.

De acordo com Maurício Kavinski, fundador da startup, a LA Music usa algoritmos para tentar identificar se autores têm valores a receber por execuções públicas (rádios, TV, shows ou internet) junto ao ECAD.

“O ECAD arrecada anualmente R$ 1 bilhão, mas 20% disso acaba nos retidos. É muito comum que autores percam valores”.

Para saber mais sobre o como startups brasileiras estão revolucionando o mercado de direitos autorais com blockchain, clique aqui.


Foto: William Iven.