Falhas na modelagem para a Covid-19 do Imperial College

Falhas na modelagem para a Covid-19 do Imperial College

O cientista de dados e pesquisador Kevin D. Dayaratna criticou Neil Ferguson e seu modelo de simulação. O modelo de simulação, que foi escondido do público por meses, também tem sido criticado por outros cientistas e profissionais da área de computação.

Por Redação em 26/08/2020

O cientista de dados e pesquisador Kevin D. Dayaratna escreveu um texto para o The Heritage Foundation criticando severamente Neil Ferguson, do Imperial College, e seu modelo de simulação para a Covid-19, que embasou o lockdown na Inglaterra e nos Estados Unidos.

O modelo que a equipe do Imperial College utilizou e suas premissas não estiveram disponíveis ao público durante meses. Quando finalmente a Microsoft disponibilizou o modelo para o público, disponibilizou uma versão altamente modificada do que a equipe do Imperial College realmente usou.

É essa versão, revista e “enxuta”, que vem sendo criticada por Dayaratna e outros cientistas e profissionais da área de computação.

Segundo Dayaratna, o código do Imperial College fornece respostas diferentes usando os mesmos inputs – as mesmas suposições podem fornecer resultados com 80.000 mortes de diferença em um período de 80 dias. Ele na verdade apontou uma série de problemas, de códigos não documentados a vários bugs.

Simulação usada para embasar lockdown não atendeu critérios básicos

“Ferguson liderou a equipe do Imperial College que projetou o modelo computacional que, entre outros, tinha sido usado para justificar as recentes medidas de confinamento na Inglaterra e nos Estados Unidos. Agora sabemos que o modelo era tão falho que nunca deveria ter sido usado para decisões de política, para começar”, comenta ele.

Os pesquisadores do Imperial College adaptaram um modelo usado anteriormente e previram uma série de resultados potenciais. Previram inclusive que, nos Estados Unidos, até 1 milhão de pessoas poderiam vir a óbito ainda esse ano mesmo com as diretrizes de “maior distanciamento social e “proteção aos idosos”.

Em várias ocasiões, pedi a Ferguson e seus colegas seu modelo para ver como conseguiam seus números, mas eles nunca responderam aos meus e-mails.

De acordo com a Nature, eles estavam “trabalhando com a Microsoft para organizar o código e disponibiliza-lo”. Também pedi aos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA para ver os códigos usados ​​para desenvolver suas previsões a respeito da Covid-19, mas não obtive resposta.

Portanto, meu colega Norbert Michel e eu decidimos adotar um modelo epidemiológico publicamente disponível para a Covid-19 e prever a prevalência e mortalidade da doença em uma variedade de cenários plausíveis”.

Kevin D. Dayaratna, em texto para The Heritage Foundation sobre falhas no modelo de Neil Ferguson

É fundamentalmente importante que os modelos usados ​​para embasar políticas públicas sejam disponibilizados para a comunidade científica e para os cidadãos. É preciso também que suas premissas estejam claramente estabelecidas e precisam ser atualizados com o passar do tempo, de acordo com novas evidências disponíveis.

Modelo do Imperial College

O modelo do Imperial College não atendia a nenhum desses critérios. E, infelizmente, seu modelo foi um dos insumos usados ​​como base para o lockdown de dois grandes países.

Para ler a matéria completa, acesse o site The Heritage Foundation.


Foto: reprodução/Facebook.