Dupla fuga de Cuba: a impressionante história do major Orestes Lorenzo

Dupla fuga de Cuba: a impressionante história do major Orestes Lorenzo

Orestes Lorenzo fugiu de Cuba. Tentou obter anistia para sua família e, não conseguindo, seguiu o conselho de Raul Castro: voltou, resgatou sua família e fugiu de novo.

Por Redação em 26/09/2020

O então major Orestes Lorenzo fugiu de Cuba, o que já é em si um grande feito, mas precisou voltar para resgatar sua família.

No dia 20 de maio de 1991, Orestes decolou para mais um treinamento de rotina – mas alterou a rota de seu MiG-23, conseguiu fugir dos radares e, em menos de 10 minutos, atravessou os 150 km que separam Cuba e os Estados Unidos. Os radares americanos apenas o detectam 45 segundos antes dele aterrizar na base aérea de Key West.

Após os interrogatórios de praxe, ele pediu asilo político nos EUA. A deserção de Orestes foi uma grande humilhação para o governo cubano. Afinal, se tratava de um veterano condecorado – e ele não só abandonou o “paraíso socialista”, como também expôs na TV americana vários problemas da ilha.

Ele obteve o status de refugiado político e, em seguida, solicitou ao cubano a saída de sua esposa e seus dois filhos. Mas Raul Castro negou o pedido.

Orestes então recorreu a comissão de direitos humanos da ONU, mas não obteve êxito. Em protesto, ele se prendeu nas grades do prédio onde estava sendo celebrada a Cúpula Iberoamericana, na presença de Fidel. Até mesmo a rainha Sofia, que era próxima de Fidel, pediu que o ditador libertasse a família de Orestes.

Como Orestes Lorenzo voltou, resgatou a família e fugiu de Cuba pela segunda vez

Em resposta aos apelos do agora ex-major, Raul Castro disse pessoalmente para Vitória: “Diga para seu marido que se teve os culhões para levar o avião embora então que os tenha também para vir buscar vocês”.

Após tentar outras vezes obter a libertação de sua família por vias diplomática e falhar, só restava para Orestes seguir o conselho de Raul. Assim, ele pegou U$ 30.000 emprestados de uma organização humanitária e comprou um velho Cessna 310 bimotor. Em seguida, enviou um recado a para sua esposa através de algumas amigas turistas mexicanas, indicando onde e quando ela e seus filhos deveriam encontrá-lo.

No dia 19 de dezembro de 1992, às 17h, Orestes decolou de um pequeno aeroclube perto de Miami e falou a seus amigos presentes: “Se em 2 horas eu não voltar, é por que estou morto”.

Devido a posição que ocupava, ele estava familiarizado com as defesas aéreas cubanas. Com a finalidade de se proteger, o piloto marcou em um mapa um corredor amarelo marcava uma área cega para os radares e uma linha verde perto do paralelo 24 que indicava o limite do alcance do radar cubano.

Além disso, Orestes Lorenzo conhecia os procedimentos das forças armadas. “Eu sabia que nenhum SAMS poderia ser lançado sem a permissão pessoal de Castro. A razão para isso era que Castro não queria ser abatido por engano quando estava voando”.

Orestes obteve sucesso em sua empreitada. Aterrissou próximo de uma estrada na praia de Mamey, 120 km de Havana, onde sua esposa e filhos lá os aguardavam. Em menos de um minuto, todos embarcaram e ele decolou rumo aos Estados Unidos.

O que aconteceu depois?

Inegavelmente, o ato de Orestes foi um escândalo midiático. Em uma entrevista coletiva em Miami, ele mandou um recado: “Digam para Raul Castro que lhe tomei a palavra e eu mesmo fui buscar minha família”.

Hoje, Orestes Lorenzo é um empresário bem sucedido do ramo da construção, ainda voa em shows aéreos, é avó e tem um canal no You Tube.

Vídeo do canal You Tube de Orestes em que ele passeia com sua esposa, Vitória, em seu avião

Para ler a matéria completa, acesse o blog Hideo in Japan.


Foto: reprodução/acervo pessoal.