O jornalista e radialista Itamar Gonçalves inovou ao registrar em cartório os compromissos que assumiu enquanto candidato no ano de 2018. E imediatamente isso resultou em um projeto pioneiro e inovador. Trata-se do projeto Cadeira do Povo.
“Antes de tudo, o brasileiro está cansado de tantas mentiras. De acordo com a população, os políticos são taxados mentirosos. Mas o Cadeira do Povo vem como alternativa de compromisso sério com os eleitores”, declarou.
Ele explica que projeto se torna viável quando, ao listar as propostas e compromissos, elas são registradas em cartório. Dessa forma, como uma espécie de contrato com a população.
“O projeto Cadeira do Povo pode ser entendido como um código de defesa do eleitor, dessa forma ao confiar o voto a determinado candidato, pode-se cobra-lo quando eleito”.
Embora o projeto criado pelo jornalista pareça um simples contrato, muito pelo contrário, ele vai além disso. O projeto apresenta pontos que o candidato deve adotar.
Os assessores do vereador, do prefeito ou do deputado devem ser escolhidos por uma junta composta por cidadãos e representantes do poder público.
“Ora, se o mandato é do cidadão, o eleito deve permitir que aqueles que confiaram a ele o seu voto, ajudem na escolha dos assessores. Desta forma, a comunidade terá assessores trabalhando pela cidade e não pelo político”, defende.
“Todos sabemos que o nepotismo é crime. Ainda assim, vários eleitos arrumam cargos para seus parentes, direta ou indiretamente. E isso é uma vergonha. Ou seja, não podemos mais admitir políticos que legislam em bem próprio. Ele deve trabalhar para a cidade, para o estado e para o país”.
“Vamos tomar um vereador como exemplo. Se tem um projeto na Câmara de Vereadores e a população é contra, o vereador eleito pela população não pode e não deve votar a favor”.
“Ainda usando um vereador como exemplo, pode-se criar um projeto de lei popular. Para isso é necessário reunir 5% da população a favor do fato. A sugestão do Cadeira do Povo é fixar o salário do vereador em cinco salários mínimos e dos assessores em 4 salários mínimos”.
Para o criador do projeto, esta é uma forma, afinal, de moralizar a política.
“Hoje em dia ninguém mais acredita em político. E a população tem razão. Faz pelo menos 35 anos que estamos sendo enganados. Prometem acabar com a fome. Acaba o mandato, mas a fome não acaba. Prometem acabar com a corrupção, mas a corrupção não acaba, e assim por diante. Em suma, estamos cansados de promessas falsas, e o Cadeira do Povo resolve isso”, explica.
Alguns candidatos já assumiram o compromisso com seu município assinando suas propostas e aderindo ao Projeto Cadeira do Povo.
Em Valinhos, por exemplo, Reinaldo Camargo assumiu o projeto Cadeira do Povo, assim como o Projeto Vereador de um Mandato só.
“Quero ser exemplo, não só para meus filhos, mas também o agente de uma tradição a ser implementada no Brasil”, declarou Camargo.
Reinaldo registrou o projeto Cadeira do Povo em Valinhos como formador. Sua premissa é formar em 4 anos seus sucessores neste conceito.
“O grupo Cadeira do Povo é para aqueles que queiram tornar esta antiga prática do Brasil, em um mandato “voluntário” de forma atual, formando o maior grupo de eleitores-consumidores de verdade, não desprezando o pluralismo político e de ideias e priorizando o retorno social”, explica Reinaldo Camargo.
Atualmente, outros candidatos no Estado de São Paulo estão aderindo ao Cadeira do Povo.
“Por fim, pela primeira vez no Brasil, o eleitor tem o direito legal de cobrar os políticos e o valor do seu voto”, concluiu Itamar Gonçalves.
Foto: Valentin Lacoste.
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