Pobreza na Argentina: êxodo de jovens é o maior na história do país

Pobreza na Argentina: êxodo de jovens é o maior na história do país

O país, após medidas que afugentam investidores, como congelamento de preços e proibição de demitir, está enfrentando desemprego.

Por Mari Gatti em 07/02/2022

A pobreza na Argentina é um dos impulsionadores do êxodo de jovens que está ocorrendo no páis.

Segundo cálculos da BBC, pelo menos 200 pessoas por dia saíram do país para morar no exterior. Em 2001, o número era 160 por dia. A maioria cita a crise e a falta de oportunidades como o principal motivo de seu êxodo.

A BBC consultou a  Direção Nacional de Migração da Argentina (DNM) sobre o número atual de emigrantes. Infelizmente, um porta-voz da organização explicou que não poderia fornecer esse número para proteger os dados pessoais de quem deixou o país. 

No entanto, o site de notícias A24 publicou em outubro passado estatísticas que obteve do DNM através de um pedido de acesso a informação pública, indicando que entre setembro de 2020 e junho de 2021 emigraram quase 60 mil pessoas.

A Argentina tinha 37,3 milhões de pessoas em 2001, e hoje tem mais de 45 milhões. Isso significa que enquanto 4,28 argentinos por milhão de habitantes deixaram o país todos os dias em 2001, em comparação com 4,44 por milhão atualmente

De acordo com os depoimentos de viagem daqueles que declararam ter saído do país no ano passado, um quarto escolheu a Espanha. Os próximos destinos mais populares foram os países vizinhos, como ParaguaiBrasilChile e Uruguai. Por fim, 5% se mudaram para os Estados Unidos.

O artigo da BBC destaca que, diferentemente do que aconteceu em 2001, quando o famoso êxodo atingiu toda a sociedade, o atual é realizado quase inteiramente por jovens profissionais, muitos deles altamente qualificados. Isso significa uma grande perda em termos de recursos humanos.

Pobreza e êxodo de jovens na Argentina: como o país agiu em 2020 e 2021?

A Argentina foi reconhecida como tendo aplicado um lockdown severo 2020. Em certos períodos, as pessoas só podiam sair de casa entre 6 e 18 horas.

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No campo econômico, o presidente Alberto Fernandez adotou medidas como: proibição de demitir, congelamento de preços e limitação de exportações.

* Mari Gatti, escritora.


Foto: Juan Pablo Mascanfroni