Os sabotadores do agronegócio

Os sabotadores do agronegócio

Os sabotadores do agronegócio: manobras políticas, repasses de dinheiro em nome do meio ambiente que nunca chegam e muito mais.

Por Redação em 14/02/2022

Sabotadores do agronegócio: ataques muitas vezes infundados envolvem ONGs, jornalistas, governos estrangeiros e as chamadas revistas especializadas. Mas qual o motivo?

Política

O agronegócio também pode ser uma ferramenta de politicagem. Vejamos alguns exemplos.

Em outubro de 2017, um artigo pulicado pelo Psol tentou culpar agricultores por um incência ocorrido no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (sem qualquer tipo de prova), chamando o agronegócio de “ecocida”.

Obviamente, houve resposta. Pedro Sérgio Beskow, produtor rural em Cavalcante e presidente da Associação Cidadania, Transparência e Participação, entidade que reúne pequenos e médios ruralistas da região, afirmou o seguinte: “Estão politizando o incêndio, querendo criminalizar os produtores, quando o responsável por isso é o tempo seco”.

Em outubro de 2021, membros do MST invadiram a sede da Associação Brasileira dos Produtores de Soja, em Brasília. Eles depredaram o local e picharam frases como “Agro é morte”, “Agro é fome” e “Soja não mata a fome”.

Ora, será que eles não usam óleo de soja? Leite de soja? Ou será que nenhum membro do MST come nem mesmo alimentos que levam lecitina de soja?

Além do mais, diversas rações para animais que levam algum derivado da soja na sua fabricação.

No mesmo ano, Emmanuel Macron disparou que “depender da soja do Brasil é endossar o desmatamento da Amazônia”. O presidente da França incentivava os países europeus a produzir e consumir sua própria soja, para evitar a compra do grão que, na sua cabeça, “era feito a partir da floresta destruída”. Ou seja: trata-se de protecionismo econômico.

Além de não serem grandes produtoras de soja, as propriedades rurais localizadas na Amazônia são obrigadas a preservar 80% de sua área. “É como se você tivesse um carro, mas só pudesse usar o banco do motorista”, compara Michel Muniz, assessor do projeto Farmun, que estimula pesquisas científicas ligadas ao agronegócio em escolas de Mato Grosso. “Ou como uma casa de cinco cômodos, em que só um pode ser ocupado. Os outros devem ser arrumados e mantidos em ordem, mas ninguém pode usá-los.”

Dinheiro não repassado, ONGs e o lucro dos sabotadores do agronegócio

“Em 2009, durante a convenção do clima, foi pactuado que os países ricos iriam mobilizar US$ 100 bilhões por ano para serem investidos nos países em desenvolvimento e pobres, para que eles pudessem fazer transformações tecnológicas”, lembra Eduardo Lunardelli, produtor rural e ex-secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente na gestão de Ricardo Salles. “Estamos falando de R$ 1,2 trilhão. Só que eles não aportaram até agora nem sequer US$ 12 bilhões. Ou seja, 1% do prometido.”

Lunardelli explica que boa parte do financiamento climático segue o mesmo modelo: os países ricos transferem dinheiro para dois fundos, o GEF e o GCF, que repassam os recursos para organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que fica com 20% do total. De lá, a quantia decola rumo ao caixa das ONGs, que, teoricamente, tratam de investir no combate às mudanças climáticas.

Essa dinheirama, contudo, acaba nas mãos de meia dúzia de ONGs.

“Em muitos casos, é vetada a doação do dinheiro para a iniciativa privada, seja para pequenas empresas, cooperativas, tribos indígenas e outros agentes econômicos que não sejam ONGs”, diz Lunardelli. “Dessa forma, não há cooperação, inovação, inclusão, fomento ao empreendedorismo e à livre-iniciativa. Isso não beneficia quem está na ponta, não é usado contra o desmatamento nem para socorrer índios ou proteger a fauna e a flora silvestres. Os recursos são consumidos em estudos, workshops e viagens”.

“Se eu tivesse sido secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente no governo do PT, hoje estaria na FAO”, exemplifica. “Receberia o dinheiro para a locação, ficaria lá dois ou três anos, depois montaria uma ONG e iria para a ponta recebedora. Ou alguém realmente acredita que esses países estão doando dinheiro a fundo perdido para resolver um problema climático, ambiental?”

Celeiro do mundo

Projeções feitas por Elisio Contini e Adalberto Aragão, pesquisadores da Embrapa, atestam que o Brasil alimentou, só com grãos, cerca de 800 milhões de terráqueos em 2020 — quase 10% da população mundial. Foram 31 quilos de grãos por habitante da Terra.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os frangos existentes no país somaram 1,5 bilhão de cabeças em 2020. Em segundo lugar aparecem os 220 milhões de bovinos. O terceiro lugar fica com os mais de 40 milhões de suínos

Caso fosse consumido exclusivamente em hambúrgueres, esse colosso abasteceria 500 bilhões de sanduíches — 65 por habitante no planeta. O Brasil também é o maior fornecedor mundial de açúcar, soja, café e suco de laranja.

Preservação

Paralelamente a essas cifras superlativas, o país preserva quase 67% do seu território: 10% desse total são unidades de conservação. Outros 14% são terras indígenas e outros 10%, “terras devolutas e não cadastradas”. Mais de 33% — ou seja, um terço do país — de áreas dedicadas à preservação da vegetação nativa estão em propriedades rurais, em terras privadas. Estudos da Embrapa revelam que fazendas e sítios brasileiros preservam uma área de floresta equivalente à soma de dez países europeus: Irlanda, Reino Unido, Portugal, Espanha, França, Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, Áustria e Itália.

O agronegócio utiliza menos de 30% das terras brasileiras (250 milhões de hectares). Desse total, pouco mais de 21% são ocupados por pastagens. As lavouras não chegam a 8% do território brasileiro. O 1% restante são florestas plantadas, sobretudo eucalipto.

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Foto: Daniele Franchi