Fake news: invasão blockchain do Banco Central é falsa

Fake news: invasão blockchain do Banco Central é falsa

O grupo ransomware LV que relatou através de uma publicação uma possível invasão blockchain ao Banco Central mentiu! É fake news!!

Por Mauricio Conti em 10/05/2022

O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) está sendo alvo de uma acusação tendenciosa. O grupo ransomware LV relatou através de uma publicação uma possível invasão blockchain.

De acordo com a publicação feita por eles, eles dizem que roubaram 1,8 TB de dados após invadir um serviço de blockchain do Banco Central do Brasil.

Apesar de a mensagem deixada pelos hackers, que operam por meio de ransomwares para congelar sistemas e roubar dados, foi curta e direta, eles mentiram. Trata-se de uma fake news!

“Serviço blockchain do Banco Central do Brasil impactado pelo grupo LV ransomware, com 1,8 TB de dados vazados, incluindo servidores blockchain”.

No entanto, apesar de séria, a acusação de invasão blockchain do Banco Central é falsa.

Logo após a publicação, outros canais divulgaram a informação.

A empresa DataMinrque, especializada em inteligência artificial, replicou em forma de alerta e o jornalista Renan Brites transmitiu em seu twitter.

Entretanto, vale lembrar que as soluções blockchain costumam ser descentralizadas, ou seja os próprios usuários controlam seus dados pessoais e isso foi pensado justamente para evitar vazamentos.

Essa informação, por si só, já seria o suficiente para declarar como falsa e mentirosa a invasão blockchain.

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Foto: Racool Studio/Freepik.

Confira o pronunciamento CPDQ sobre a “invasão blockchain”

CPQD se dispôs a comentar o caso e alegou ao Livecoins que não houve qualquer problema ou vazamento de dados em soluções que desenvolve.

Além disso, explicou que “nenhuma solução blockchain desenvolvida pelo CPQD, envolvendo informações sensíveis de pessoas ou empresas, está em uso atualmente pelo Banco Central do Brasil”.

Por isso garantiu o acionamento de todos os protocolos de segurança mantidos pela organização.

No pronunciamento do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações eles ainda afirmam que “os repositórios divulgados como desprotegidos referem-se a testes realizados internamente visando a garantia de qualidade de soluções blockchain desenvolvidas, sem nenhum dado pessoal ou informação sensível.”

Vale ressaltar que uma das prioridades, senão a primeira prioridade do CPQD, é garantir a segurança de dados.

O BC do Brasil também se pronunciou

Mais objetivo, o Banco Central do Brasil apenas explicitou que “Não houve qualquer vazamento de dados do BC. O CPQD não tem acesso a dados internos do BC.”

Ou Seja, não houve invasão blockchain!

Na wconnect, nós trabalhamos com a tecnologia de blockchain e por isso sabemos o quanto ela é segura. Além disso, verdade seja dita, o CPQD é referência em projetos que envolvem a segurança de dados.

Mauricio Conti é Engenheiro de Computação, founder do Simples ID, CPO wconnect, mentor e influenciador digital nas áreas web3, blockchain, tokenização e NFT.


Foto: DCStudio/Freepik.