Eurodeputados do Parlamento da União Europeia pediram ao Partido Comunista da China (PCC) a libertação imediata da jornalista e advogada Zhang Zhan, de 37 anos.
No início do ano, Zhan noticiou em suas redes sociais a situação caótica dos hospitais de Wuhan, local onde o novo coronavírus surgiu, além de dados acerca da evolução da doença. É importante lembrar que, apesar de Wuhan ter sido o berço do vírus, houve um festival de música eletrônica em agosto desse ano (2020).
Por mais de três meses, ela documentou a situação difícil dos moradores, desde hospitais lotados até lojas vazias. Ela usou o Twitter e o Youtube para isso, apesar de ambos serem bloqueados na China. Para acessar seu perfil nas plataformas, clique aqui e aqui.
Quais foram as acusações contra Zhang Zhan?
A Justiça do país a condenou a quatro anos de prisão pelas denúncias e ela foi enviada a um centro de detenção em Xangai sob denúncia de “provocar distúrbios”.
Conforme já noticiamos, “provocar distúrbios” é uma acusação que o PCC atribuiu a diversos outros jornalistas.
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Bruxelas também exigiu a libertação de Yu Wensheng, um advogado defensor dos direitos humanos preso em 13 de dezembro. Outros ativistas são mencionados no informe da União Europeia (UE): Li Yuhan, Huang Qi, Ge Jueping, Qin Yongmin, Gao Zhisheng, Ilham Tohti, Tashi Wangchuk, Wu Gan e Liu Feiyue.
UE se traindo?
O cenário é controverso. A União Europeia está negociando um grande acordo de investimento com a China, denominado Comprehensive Agreement on Investment (CAI). E os representantes permanentes dos 27 países da UE deram sinal verde à sua assinatura. Entretanto, vários deputados manifestaram sua preocupação com a possibilidade de o acordo, negociado ao longo de sete anos, enviar um sinal equivocado sobre os direitos humanos.
Reportagem com base no site Revista Oeste.
Foto: reprodução/YouTube.