Política

Cientista acusado por fraude de dados sobre mudanças climáticas virou tema de filme

Phil Jones, cientista acusado por fraude em dados relacionados a mudanças climáticas, se afastou temporariamente do cargo Diretor da Unidade de Pesquisa Climática (CRU) da Universidade de East Anglia em novembro de 2009 após o escândalo.

Tudo começou quando hackers invadiram os servidores da CRU e publicaram e-mails e arquivos.

O Globo noticiou ná época que Phil Jones já havia recebido mais de US$ 10 milhões para desenvolver pesquisas e escreveu: “eu acabei de concluir um ‘truque’ de adicionar às temperaturas reais de cada série dos últimos 20 anos para esconder o declínio”. As palavras ‘truque’ e ‘esconder o declínio’ chamaram a atenção”.

Na ocasião, a ONU pediu uma investigação a respeito do caso, afinal, dados do CRU são usados pela própria organização.

Uma revisão liderada por Sir Muir Russell examinou a “trocas de e-mail para determinar se há evidências de supressão ou manipulação de dados”. Seguiu-se uma investigação da Câmara dos Comuns, que concluiu que não havia razão para Jones responder, e disse que ele deveria ser reintegrado em seu cargo. A revisão de Russel, entretanto, admitiu que “os cientistas da CRU não abraçaram o espírito de abertura da Lei de Liberdade de Informação”.

Jones foi reintegrado em 2010 com o cargo recém-criado de Diretor de Pesquisa.

A mudança na mídia

The Trick: Um filme que mostra o que o cientista acusado de fraudar dados tinha a dizer em sua defesa

No ano de 2021, a BBC lançou um drama chamado The Trick (O Truque), o qual mostra todo o escândalo como sendo uma “conspiração fabricada” e coloca Jones como uma “vítima”.

The Guardian em 2010

The Guardian, no dia 01/02/2010, publicou a seguinte reportagem a respeito do escândalo apelidade de Climategate.

“(…) Uma investigação do Guardian de milhares de e-mails e documentos aparentemente hackeados da unidade de pesquisa climática da Universidade de East Anglia encontrou evidências de que uma série de medições de estações meteorológicas chinesas estavam seriamente defeituosas e que documentos relacionados a elas não puderam ser produzidos. (…)

Hoje, o Guardian revela como Jones reteve as informações solicitadas sob as leis de liberdade de informação. Posteriormente, um colega sênior disse a ele que temia que o colaborador de Jones, Wei-Chyung Wang, da Universidade de Albany, tivesse “estragado tudo”.

As revelações sobre as inadequações do artigo de 1990 não necessariamente refutam o caso de seres humanos causarem as mudanças climáticas, e outros estudos produziram descobertas semelhantes. Mas eles questionam a probidade de parte da ciência relacionada a mudança climática. (…)

Wang foi inocentado de fraude científica por sua universidade, mas novas informações trazidas à tona hoje indicam que pelo menos um colega sênior tinha sérias preocupações sobre o caso. Também resulta que os documentos que Wang alegou que iriam inocentá-lo e Jones não existiam. (…)

The Guardian descobriu que de 105 pedidos de liberdade de informação à universidade sobre a unidade de pesquisa climática (CRU), que Jones liderou até o final de dezembro, apenas 10 foram liberados na íntegra (…)”.

The Guardian em 2021

Em 2021, The Guardiam afirmou que:

“(…) Agora Jones enfrenta uma repetição desse ataque cruel quando o filme da BBC One, The Trick, for exibido em 18 de outubro. Ele contará a história, com simpatia, de suas tribulações nas mãos dos negadores das mudanças climáticas.

(…) Quanto ao título do filme, esta é uma referência a um e-mail que Jones enviou a um colega no qual ele usou a palavra “truque” para descrever um método matemático de voltar a outros dados para descrever adequadamente o aquecimento histórico. Tirada do contexto, a palavra supostamente provava que Jones e outros pesquisadores estavam manipulando dados”.

Afinal, qual é a verdade?

Como vimos, atualmente a narrativa de que Phil Jones foi “uma vítima” ganhou força e é divulgada por redes conhecidas, como BBC e The Guardiam. Há alguns anos, entretanto, o mesmo The Guardiam afirmava, entre que outras coisas, que haviam erros nas estações metereológicas chinesas, componentes-chave no estudo.

A mudança de narrativa é clara.

Então, o que será que aconteceu? Será que realmente o “truque para esconder o declínio” se refere simplesmente a um método matemático?

Obviamente, possíveis fraudes nos estudos de Jones não invalidam todos os outros estudos relacionados a mudanças climáticas nem encerra a discussão sobre quanto o homem estaria ou não causando tais mudanças. Entretanto, sabemos que ciência, política e dinheiro muito frequentemente andam juntos.

Alarmismo climático e o uso da pauta em palanques é real, observável e fora de dúvidas. No artigo “9 mentiras de Al Gore, segundo juiz britânico“, publicado no Altavista.news, temos um exemplo disso: em seu documentário de 2006, o então candidato Al Gore afirmou entre outras coisas que:

  • “Os ursos polares estão se afogando porque eles estão tendo que nadar mais para encontrar gelo”, mas o número de ursos polares vinha aumentando nas últimas décadas.
  • Toda a neve no Kilimanjaro teria derreteria até 2016. Estamos em 2022 e constatamos que isso está longe de ser verdade.
  • O furacão havia sido causado pelo aquecimento global. Um artigo na revista New Scientist em maio de 2007 refutou tal argumento e o classificou como “mito”.

O que você acha, leitor? Seria Jones um cientista que foi mal interpretado? Ou será que realmente havia algo errado e o estudo foi enviesado para se reforçar uma agenda?

* Mari Gatti, escritora.


Foto: Reprodução/YouTube

Últimas notícias

O Brasil tem um “pré-sal verde” a explorar

Brasil tem "pré-sal verde" na Amazônia: 210 bilhões de litros/ano de biocombustível em áreas degradadas…

18 de abril de 2024

Baita Aceleradora: uma década de Inovação com Propósito

A Baita Aceleradora celebra uma década de sucesso, destacando-se por seu portfólio diversificado e compromisso…

5 de março de 2024

GFANZ e BNDES apoiam o Financiamento Climático no Brasil

GFANZ e BNDES lançam iniciativas para financiar projetos climáticos no Brasil. Plataforma de Transição Climática…

28 de fevereiro de 2024