Socialismo e Covid-19: 42% da população da Argentina é pobre

Socialismo e Covid-19: 42% da população da Argentina é pobre

Uma quarentena longa e rígida somada à proibição de demitir, levou a falência, a demissões e a pobreza.

Por Redação em 10/05/2021

Socialismo vem crescendo na Argentina há alguns anos. A taxa de pobreza na Argentina chegou a 42% no segundo semestre do ano passado, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). No total, 19 milhões de argentinos vivem abaixo da linha da pobreza.

Essa taxa de pobreza, que equivale a 12 milhões de pessoas nos 31 aglomerados urbanos (áreas em que o estudo é realizado), registra-se após três anos de recessão, situação agravada pelo severo confinamento colocado em prática na Argentina para enfrentar a Covid-19 em 2020, com forte freio à atividade econômica. A taxa de indigência foi de 10,5%, a mesma do primeiro semestre.

Outro fator que impacta os números da pobreza é a inflação, de 36,1% em 2020, uma vez que a renda não cresceu na mesma proporção do aumento dos preços, principalmente dos alimentos.

Argentina mistura socialismo e Covid-19: é proibido demitir, mas é permitido imprimir dinheiro para tentar conter os efeitos colaterais da proibição

Obviamente muitas pessoas estão deixando de comprar devido às incertezas e ao medo. Entretanto, algumas atitudes tomadas espantam investidores e empreendedores, como a proibição de demissões.

Se imagine no lugar de um pequeno comerciante proibido de vender e com poucas reservas tendo que pagar aluguel e manutenção do seu espaço de venda que não pode também reduzir o número de trabalhadores para tentar continuar aberto e empregando pelo menos parte do quadro de funcionários e fica fácil entender a situação.

Muitas empresas, com entraves para se adaptar à situação (seja atendendo clientes com máscaras, álcool gel e distanciamento, ou demitindo parte dos funcionários), se viram sem opção a não ser fechar de vez.

De fato, para tentar amenizar a situação, o governo tem executado programas de estímulo para que empresas mantenham os funcionários. Entretanto, o governo teve que imprimir dinheiro para financiá-los – cerca de 1,76 trilhão de pesos (US$ 21,5 bilhões) até agora – e isso aumenta a preocupação de inflação ainda mais alta no próximo ano.

E conseguiram conter o Covid-19?

A Argentina teve uma das piores quedas econômicas da América Latina desde o começo de 2020, quando medidas de restrição começaram a ser adotadas ao redor do mundo. Mas, e aí? Conseguiram pelo menos uma baixíssima taxa de mortalidade? Depende do ponto de vista.

Em novembro de 2020, o governo argentino havia computado 36.106 mortes após 230 dias (de março até setembro de 2020) da quarentena que havia sido citada como a mais longa e mais rígida do mundo. O país havia passado o Brasil e tornado o 4º país com mais óbitos por milhão em decorrência da doença. Na época, o o comentarista Augusto Nunes chegou a afirmar que “os defensores da quarentena deveriam se espelhar nos países asiáticos e mirar na Argentina para não repetir esse erro colossal”.

O Uruguai, ao contrário da Argentina, adotou medidas brandas ao longo de 2020. Apesar das diferenças, no dia 12 de abril de 2021 foi anunciado que eles atingiram, respectivamente, a quarta e a terceira maiores taxas de transmissão do coronavírus no mundo, de acordo com estudo feito pelo Imperial College de Londres.

Hoje, de acordo com dados do Worldometers, a Argentina registrou 1.432 (mil quatrocentos e trinta e dois) mortes por milhão, o Brasil registrou 1,926 e o Paraguai registrou 933.

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Foto: reprodução/YouTube.