Zumbi dos Palmares não queria a paz?

Zumbi dos Palmares não queria a paz?

“A Terra de Santa Cruz” publica texto sobre Zumbi dos Palmares, que relata parte da história de forma clara e concisa, sobre o acordo de paz.

Por Redação em 04/12/2020

Um artigo publicado no Facebook da “A Terra de Santa Cruz” traz um texto sobre Zumbi dos Palmares. O texto relata parte da história de forma clara e concisa, sobre o acordo de paz entre Ganga Zumba, o primeiro grande líder do Quilombo dos Palmares e o então Governador Pedro de Almeida.

Trata-se da história sobre o Pacto de Recife.

Segundo a publicação, de 1678, Ganga Zumba aceitou um tratado de paz oferecido pelo Governador Pedro de Almeida, que requeria que os 20.000 habitantes de Palmares se mudassem para o Vale do Cucaú.

Apesar de apresentar uma clausula controversa, “permitir que um estado soberano, ainda que vassalo a Portugal, existisse com um Rei em Pernambuco, algo que significaria reverter uma política de reivindicação do território pelos portugueses no Brasil de mais de 150 anos”, Pedro de Almeida propôs que Ganga Zumba aceitasse o título de Mestre de Campo de Palmares, como vassalo de Portugal.

A visita

Acompanhado de sua família, o então líder de Palmares visitou Recife no dia 5 de novembro de 1678. Eles foram recebidos pelo novo Governador de Pernambuco, Aires de Sousa de Castro, com honras de Monarca.

Toda a delegação palmarina tinha as partes naturais cobertas apenas com panos. Além disso, dezenas de guerreiros armados com suas lanças e flechas, somente um deles possuía arma de fogo.

Tal fato causou espanto e curiosidade nos moradores de Recife, na época. Afinal, a embaixada exótica, como passou a ser citada, certamente era formada por ex-escravos daquela cidade.

Somente um dos filhos de Ganga Zumba, que foi apadrinhado pelo Governador de Pernambuco, vinha a cavalo, vestido com roupa de fidalgo português.

A visita gerou também um batizado. A família de Ganga foi batizada pelo Bispo Estêvão Brioso de Figueiredo, pois sabia-se que que Palmares possuía Igreja e Clero próprio, devido a influência do Catolicismo entre os negros bantos, que eram a Elite do Quilombo.

A família foi presenteada com roupas e vinhos de Leiria.

Acordo de Paz e a revolta de Zumbi dos Palmares

Retificado o Acordo de Paz, os quilombolas exigiram os seguintes compromissos:

  • Os negros nascidos em Palmares eram livres.
  • Os que aceitarem a paz terão direito a terras.
  • O comércio entre negros e moradores locais será legalizado.
  • Os negros de Palmares serão vassalos do Rei de Portugal com seu território e direitos protegidos.

Apesar disso, a proposta poderia ter funcionado se Palmares fosse uma sociedade homogênea com governantes hereditários, o que não era a realidade. Nenhuma dessas condições estavam presentes.

E pra agravar ainda mais a situação, antes que todos os habitantes do Quilombo fossem transferidos, aconteceu a revolta de Zumbi dos Palmares, que ia justamente contra o acordo de Paz.

A revoltou resultou na Morte de Ganga Zumba e a destruição do Quilombo dos Palmares anos depois.

Para escrever este texto a equipe da página “A Terra de Santa Cruz” utilizou como fonte Palmares: An African State in Brazil/Dicionário da escravidão negra no Brasil, página 427.

Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.


Foto: reprodução/Facebook.