Vazamento expõe dados de “espiões chineses”

Vazamento expõe dados de “espiões chineses”

Vazaram os dados de pessoas do Partido Comunista Chinês infiltradas em empresas, como a Pfizer, e em governos ao redor do mundo.

Por Redação em 26/12/2020

O jornal australiano The Australian noticiou um vazamento contendo detalhes de quase dois milhões de membros do Partido Comunista Chinês (PCC). “Tais membros estão trabalhando em todo o mundo e levando informações para Xi Jinping”, disse Sharri Markson, jornalista do The Australian e do Sky News.

Surpreendentemente, os dados vazados incluem: nomes, posição no partido, aniversário, número de identidade nacional e etnia.

“Acredita-se que seja o primeiro vazamento desse tipo no mundo”, complementa a jornalista.

“O que é incrível sobre este banco de dados não é apenas que ele expõe pessoas que são membros do partido comunista e que agora vivem e trabalham em todo o mundo, da Austrália aos Estados Unidos e ao Reino Unido. É também incrível porque que mostra como o partido opera sob o presidente e presidente Xi Jinping”.

Sharry Markson, em reportagem para o jornal australiano Sky News

Afinal, onde os membros do Partido Comunista estão trabalhando?

De acordo com os dados vazados, os “espiões chineses” estão incorporadas em algumas das maiores empresas do mundo e até mesmo dentro de agências governamentais.

“Braços do partido comunista foram estabelecidas dentro de empresas ocidentais, permitindo a infiltração dessas empresas por membros do PCC – que, se chamados, respondem diretamente ao Partido Comunista, ao presidente, ao próprio presidente”, disse Markson.

Entre as empresas nas quais membros do partido chinês ocupam posições de destaque estão gigantes farmacêuticos envolvidos no desenvolvimento de vacinas COVID-19, como a Pfizer, e instituições financeiras, como o HSBC.

Em setembro, a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura (CISA) e o Departamento de Justiça dos EUA emitiram um alerta para agências governamentais americanas e empresas do setor privado pedindo para elas estarem atentas contra possíveis ataques cibernéticos vindos de agentes afiliados ao Ministério de Segurança do Estado Chinês (MSS).

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De onde vieram os dados dos “espiões chineses”?

Os dados foram extraídos de um servidor de Xangai por dissidentes chineses, denunciantes, em abril de 2016, que os usaram para fins de contra-inteligência. Em setembro, as informações vazaram para a Aliança Interparlamentar sobre a China – um grupo bi-partidário recém-formado e composto por 150 legisladores em todo o mundo.

De acordo com Markson, os dados “foram então fornecido a um consórcio internacional de quatro organizações de mídia, The Australian, The Sunday Mail no Reino Unido, De Standaard na Bélgica e um editor sueco, para analisar nos últimos dois meses, e foi isso que fizemos”.

Além disso ela afirma que “é importante notar que não há nenhuma sugestão de que esses membros tenham cometido espionagem – mas a preocupação é se a Austrália ou essas empresas sabiam dos membros do PCC e, se sim, se foram tomadas medidas para proteger seus dados e pessoas”.

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Foto: Chris Yang.