Capitã Lucimara sofre pedido de impeachment

Capitã Lucimara sofre pedido de impeachment

O advogado Vanderley Berteli Mario protocolou denúncia contra prefeita de Valinhos por suspeita de irregularidade em compra sem licitação no valor de R$ 14 milhões em materiais paradidáticos.

Por Rodrigo Cavalo em 03/03/2022

O verdadeiro retrato da gestão municipal do atual governo não poderia ser outro, a sensação é de uma cidade abandonada, a população clama por algo diferente, pois o voto da maioria foi nesse sentido.

Após mais de 1 ano da nova gestão que prometeu algo diferente, isso não acontece. O ano de 2021 foi um ano difícil, sim, temos que concordar, mesmo assim algo de diferente poderia ser feito, passar o ano se omitindo atrás de protocolos de Covid-19 e replicando decretos estaduais é pouco para uma cidade com o potencial de Valinhos.

Algo acontece no Paço Municipal!

Não bastasse a omissão durante o ano de 2021, esse ano, o governo da Capitã Lucimara (PSD) começa com um descarrilamento de sua base de apoio, e, dentro de seu próprio partido (PSD). Os vereadores André Amaral e Thiago Samasso, se afastaram das funções de liderança na Câmara Municipal e para complicar ainda mais, o vice-prefeito, Major Rocco, em carta, comunicou seu afastamento da administração da prefeita alegando que não estava sendo mais convidado para tomar decisões na esfera do governo.

Outra informação importante são as trocas dos secretários, por motivos diversos, querendo ou não, mais da metade do secretariado foram trocados no primeiro ano de governo e, segundo consta, apenas 7 deles permanecem na pasta desde que assumiram.

Mas qual o motivo das mudanças?

Se as mudanças foram para trazer mais efetividade na gestão do município, ótimo! Cabe a prefeita eleita nomear e exonerar, nos cargos de confiança, quem bem entender para o melhor funcionamento da gestão. Mas houve tal cobrança? A chefe do Executivo municipal tomou as rédeas da gestão? Algo mudou depois das danças das cadeiras? E por qual motivo seus aliados de partido se afastarem? Algumas dessas perguntas poderiam ser respondidas pelos próprios envolvidos, mas duvido que isso venha à tona, pelo menos a curto prazo.

E Valinhos?

Bom, como se dizem, não há mal que dure para sempre… mas em Valinhos as coisas parecem que duram um pouco mais que o normal. Não é de hoje que a população reclama de más gestões vindo do Paço Municipal, nisso concordo também, parece que as coisas não andam muito bem dentro desse prédio, talvez se tivessem construído o novo prédio defronte a Câmara Municipal as coisas poderiam ser melhores, essa distância física entre os poderes parece que abalou o bom andamento das políticas públicas na cidade.

Resumindo, a única coisa que cresceu realmente nos últimos anos em Valinhos foi invasão e assentamentos!

Para respaldar esse entendimento, vejamos, na última eleição municipal, tivemos o que hoje são dois ex-prefeitos concorrendo, e nenhum conseguiu assumir a cadeira de prefeito, seja para um novo mandato, seja para a reeleição. Isso demonstra que a insatisfação não é de hoje, os munícipes cansaram de ver a “água correr” (complicado para uma cidade que falta água). Queriam algo diferente!

A diferença que não fez diferença, até agora.

A eleita da vez: mulher, militar (PMSP), fora da política tradicional e que, com um sorriso, pregava mudanças, mudanças essas que até agora não apareceram, Valinhos continua no automático, sem nenhuma novidade, sem alternativas, somente sendo a Valinhos da última década… muito pouco para quem defendia mudanças estruturais…

E o Impeachment? O que esperar?

Como dizem, quando a maré está ruim, nada que não possa piorar. Na quarta (02/03) durante a sessão na Câmara, foi lido o pedido de abertura de Comissão Processante, visando a cassação do mandato da atual prefeita Capitã Lucimara (PSD).
Tal pedido, protocolado pelo advogado Vanderley Berteli Mario, em extensa denúncia, foi lida pelo vereador Mayr (Podemos) e coloca sob suspeita de irregularidades a compra, sem licitação, no valor de R$ 14 milhões em matérias paradidáticos para alunos da rede municipal de ensino.

Pelo jeito o “velho” modo de governar, com vários cargos comissionados que foram criados, será colocado a prova, e o que não falta é apadrinhado na fila, dizem algumas pessoas.

Vai resolver? Vamos aguardar…

Pelo que parece, sem muito apoio político, com capacidade de administrar a cidade ainda não foi demonstrada, com os munícipes nada satisfeitos com a gestão e com o afastamento do vice.

Já vi isso antes, se cuida, Prefeita!

*Rodrigo Cavalo é bacharel em Direito e pós graduado em Direito e Processo do trabalho. Jornalista.Crítico por natureza.


Foto: site do DAEV