Taxar grandes fortunas? Entenda as razões para isso não dar certo

Taxar grandes fortunas? Entenda as razões para isso não dar certo

Taxar grandes fortunas: os muito ricos simplesmente mudarão a cidadania para países com uma carga tributária menor, levando consigo também suas empresas.

Por Redação em 07/08/2020

Taxar grandes fortunas sempre foi assunto polêmico. O Brasil enfrenta hoje uma das maiores crises da sua história. A dívida pública vem crescendo ao longo dos anos e, segundo a Infomoney, “não há perspectiva favorável até 2021/22, quando deverá chegar a pelo menos 93% do PIB (dívida bruta), mesmo se as reformas propostas para o governo nesta área forem aprovadas”.

Segundo artigo do Portal, muitos alegam que a crise se alastrou por conta da baixa arrecadação, que caiu apenas em 2014 e 2015 provocada por uma queda enorme da confiança, fazendo com que a econômica encolhesse e, consequentemente, a arrecadação diminuísse. Em 2015, Dilma Rousseff elevou diversos tributos, o que não foi suficiente para fazer a arrecadação subir.

Aumentar impostos não resolve. Segundo a Infomoney, a questão é entender que o problema está do lado dos gastos. Não é viável aumentar impostos numa economia quase estrangulada. Qual a solução mágica da vez? Aumentar impostos sobre as grandes fortunas, taxando-as efetivamente ou ter um imposto único sobre elas de forma a aumentar a arrecadação.

A economista Renata Barreto é especialização em derivativos. Ela explica que aumentar impostos nem sempre significa aumentar a arrecadação. “Este é um conceito bem conhecido em economia, a Curva de Laffer. Se o país tira cada vez mais impostos de seus contribuintes e, pior, o retorno é péssimo, isso estimula a sonegação e desestimula a produtividade. Isso já aconteceu quando diversos tributos foram aumentados e arrecadação continuou a cair. Em segundo lugar, é preciso entender que ricos não são burros. Quem, em sã consciência, deixaria seus negócios, seus imóveis, seus recursos, num país com uma alta carga tributária e que ainda não os retorna minimamente? Poucos, ou quase ninguém”, afirma.

Renata comenta que muitas empresas saíram do Brasil e foram para o Paraguai justamente para reduzir a carga tributária. “Em vez de gerarem empregos por aqui, ajudarem na atividade da economia e fazer o país crescer, estão ajudando nosso vizinho a fazer isso”, aponta.

E os dados não param por aí. Segundo a CNI – Confederação Nacional da Indústria, quase 400 empresas foram levadas ao Paraguai em missão comercial, atraídos pelos menores custos de produção e baixos impostos. “E estes empresários estão errados? Não. Como já dizia Adam Smith, cada pessoa age pensando primeiramente em si mesma e em sua família, para depois pensar no resto. Isso é natural. Portanto, é preciso que o governo entenda como funcionam os agentes econômicos e tentar encontrar um equilíbrio. Um país que tem altos tributos, tem dificuldades enormes para empreender, burocracias diversas e uma legislação trabalhista complicada, definitivamente não vai ser o melhor lugar para abrir uma empresa não é mesmo?”

E sobre taxar as grandes fortunas, Renata logo afirma: “pessoas que são detentoras de grandes fortunas, definitivamente não ficarão esperando o governo taxá-las, simplesmente mudarão a cidadania (coisa que é muito fácil quando se tem dinheiro) para países com uma carga tributária menor, levando consigo também suas empresas e qualquer tipo de negócio.”

Par ler o artigo completo da economista Renata Barreto, clique aqui.


Foto: Chronis Yan.