Ricardo de Aquino Salles, ex-ministro do meio ambiente do governo Bolsonaro, deu uma palestra ampla na cidade de Valinhos, São Paulo, nesta segunda-feira dia 13.
Ricardo falou sobre suas origens na vida política, sua trajetória no Governo do Estado de São Paulo, os desafios e polêmicas que enfrentou no Ministério do Meio Ambiente, acordos ambientais globais, assim como sobre seus planos para o futuro.
“Por uma nova direita”
Salles conta que vem divulgando valores de liberdade econômica desde a época do governo Lula, quando fundou o Endireita Brasil em 2006 com o slogan “Por uma nova direita.”
“Apanhei loucamente. Você imagina o Lula com 83% de aprovação, fazer uma campanha que era por uma nova direita 15 anos atrás era nadar contra a corrente totalmente”, comenta.
Me lembro que o presidente do PFL era o Kassab. Ele me chamou lá logo depois da eleição, tive 10 mil votos, e perguntou “como você teve 10 mil votos com esse lema maluco aí?” O que tem de maluco? O Brasil é o único país do muno onde todo mundo é de esquerda? É um grande gulag?
Ricardo Salles
Lixão Zero
Aponta o programa Lixão Zero como um de seus maiores acertos, implementado quando era Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, e posteriormente ampliado a nível federal.
“A CETESB nunca tinha feito um levantamento simultâneo de todos os 645 municípios do Estado de qual era a situação dos resíduos sólidos, e qual não foi a nossa surpresa quando descobrimos que o Estado mais rico do Brasil tinha 112 lixões. (…) Baixamos para 9. Antes que eu chegasse a zero, veio uma pressão política para me substituir, a turma ficava furiosa, o cara queria gastar dinheiro em show, em calçamento para a praça…”. Já o programa federal, menciona, fechou 645 lixões no país.
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Ricardo Salles rebate acusações
A respeito dos inquéritos dos quais é alvo no STF, Salles é categórico em dizer que “não deu em nada e não vai dar em nada porque não tem nada.”
“Fizeram várias arbitrariedades, quebraram o sigilo da minha mãe, e não acharam nada,” comenta.
O ex-ministro também foi questionado quando a acusação de que ele “teria sido responsável pela liberação de vários agrotóxicos.” Ele responde que na verdade foi implementada uma forma para que defensivos agrícolas mais modernos pudessem ser aprovados com menos burocracia, e explica que o aval por parte do governo para que uma substância seja usada na agricultura vem de um consenso de três ministérios (saúde, meio ambiente e agricultura).
Foto: Marcos Parodi