Queda de audiência da Globo e prejuízo

Queda de audiência da Globo e prejuízo

Demissões de jornalistas e artistas, dívida bilionária, queda de lucros e tombo de audiência expõem a agonia da emissora mais famosa do Brasil.

Por Redação em 01/04/2022

A decadência econômica e de popularidade da rede Globo é fácil de ser percebida.

Antes da chegada da internet, grande parte dos brasileiros acompanhava a programação da Globo e assistia religiosamente ao Jornal Nacional (JN). O que saía no JN era tido como a verdade absoluta. Logo depois, passava a novela das 21 horas, e a audiência era solidamente fiel no país inteiro. A rotina se repetia diariamente. A Rede Globo parecia eterna e indestrutível.

Mas as coisas mudam.

Finanças

O lucro líquido do Grupo Globo caiu de R$ 752,5 milhões, em 2019, para R$ 167,8 milhões, em 2020. E um prejuízo de 170 milhões em 2021.

Com a alta do dólar no ano passado, a dívida da Globo passou de R$ 3,47 bilhões para R$ 5,4 bilhões.

Além disso, a emissora deixou de contar com boa parte da ajuda que recebia do governo federal, o que explica em boa parte sua fúria oposicionista.

De 2003 a 2019 (gestões de Lula, Dilma e Temer) a Globo recebia, em média, R$ 450 milhões por ano para veicular propaganda estatal. Segundo levantamento do portal Terra, com base em dados da Transparência, o total foi de R$ 7,2 bilhões.

Ao longo dos três anos de Jair Bolsonaro no Planalto, a Globo deixou de receber entre R$ 600 milhões e R$ 750 milhões em verbas publicitárias.

Apesar das dívidas, a emissora informou que tem caixa suficiente para honrar os compromissos: R$ 13,6 bilhões em investimentos.

A queda de audiência da Globo

O jornalismo sem pluralidade, as novelas contaminadas pelo politicamente correto, com enredo pobre e elenco de segundo escalão, a linha de shows estagnada em fórmulas ultrapassadas, a militância esquerdista assombrando até as transmissões de futebol — tudo isso está cobrando um preço nos índices de audiência.

Nem o Jornal Nacional foi poupado pelo público. Depois de atingir médias diárias acima de 35 pontos em 2020, no auge da cobertura da pandemia de covid-19, o JN viu 15% de seu público desaparecer. Os índices dos primeiros seis meses deste ano são os piores desde 2015. A média semestral foi de 25 pontos.

No Painel Nacional de Televisão (índice que mensura a audiência das 15 maiores regiões metropolitanas do país), a emissora teve o pior ibope de outubro desde 2015 ao registrar, por dois meses consecutivos, marcas negativas de audiência.

De acordo com os dados consolidados pelo TV Pop, a emissora cravou 10,79 pontos de média no acumulado das 24 horas nos 31 dias de outubro. Perdeu ainda mais telespectadores em relação ao acumulado de setembro — mês em que a Globo registrou média de 10,94 pontos e disse adeus a quase 2 milhões de pessoas que a acompanhavam. Para ter ideia, o índice de setembro foi menor que o obtido pelo canal em dezembro de 2020 (11,17 pontos), quando há menos televisores ligados.

Fragmentação e pluralidade de ideias

O mesmo clima de decadência aparece num território em que a Globo era absoluta há poucos anos: os esportes.

Perdeu a Fórmula 1 para a Band. Perdeu a transmissão do torneio Libertadores das Américas para SBT, Facebook, Fox Sports e Conmebol TV. Já não tem mais a Copa nem a Recopa Sul-Americanas e a exclusividade dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2022, a ser realizada no Catar, nas plataformas digitais.

Em contrapartida, emissoras como a Jovem Pan (JP), que conseguiu um canal de TV, surpreenderam na audiência em sua data de estreia — em 27 de outubro. A JP conseguiu superar a CNN Brasil, a BandNews e a Record News nos números da TV paga e só ficou atrás da GloboNews durante todo o dia. A Jovem Pan News marcou 0,2 ponto de média entre 6 da manhã e meia-noite no Ibope PNT da TV por assinatura. Na mesma faixa horária de competição, a GloboNews obteve 0,6 ponto. CNN Brasil, Record News e Band News empataram com 0,1 ponto.

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Foto: Reprodução/YouTube