Tentaram monopolizar a narrativa sobre a origem do vírus causador da Covid-19. A possibilidade de ele ter vazado de um laboratório em Wuhan foi amplamente descartada pela grande mídia como uma “teoria conspiratória.”
Inclusive, a CNN saltou com “Como desmascarar as teorias da conspiração do coronavírus e a desinformação de amigos e familiares”.
Entretanto, recentemente, a suposta teoria da conspiração ganhou força. O presidente Joe Biden exigiu uma investigação da inteligência dos EUA. Após isso a grande mídia, em uma reviravolta surpreendente, está tratando a possibilidade com seriedade.
É fácil identificar o motivo da mudança repentina de atitude: ao longo das semanas e meses da pandemia, o acúmulo de evidências circunstanciais apontando para o Instituto de Virologia de Wuhan continuou crescendo – até que se tornou muito substancial para ser ignorado.
As pessoas responsáveis por descobrir essas evidências não são jornalistas, espiões ou cientistas. Eles são um grupo de detetives amadores, com poucos recursos além da curiosidade e uma vontade de passar dias vasculhando a internet em busca de pistas.
DRASTIC: pessoas comuns investigando a origem da Covid-19
Durante a pandemia, cerca de duas dúzias de correspondentes, muitos anônimos, trabalhando independentemente em muitos países diferentes, descobriram documentos, juntaram as informações e explicaram tudo em longas conversas no Twitter – em uma espécie de sessão coletiva de brainstorming com código aberto.
Eles se autodenominam DRASTIC (Equipe de Busca Autônoma Radical Descentralizada Investigando Covid-19).
Graças ao DRASTIC, o público sabe que o Instituto de Virologia de Wuhan tinha uma extensa coleção de coronavírus reunidos ao longo de muitos anos e que muitos deles (incluindo o parente mais próximo conhecido do vírus SARS-CoV- 2) vieram de um poço de mina onde três homens morreram de uma suspeita de doença semelhante à SARS em 2012.
Sabemos também que o Instituto estava trabalhando ativamente com esses vírus, usando protocolos de segurança questionáveis e que as autoridades chinesas tentaram ocultar essas atividades. Sabemos que os primeiros casos surgiram semanas antes do surto em Huanan, que antes era considerado o marco zero.
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Nada disso prova que a pandemia começou no laboratório de Wuhan, é claro: é inteiramente possível que não. Mas as evidências reunidas pela DRASTIC equivalem ao que os promotores chamam de causa provável – um caso forte e baseado em evidências para uma investigação completa.
Ligando os pontos
Uma das primeiras postagens questionando a história difundida pela grande mídia a respeito da origem do vírus causador da Covid-19 foi feita no site Medium pelo empresário e pesquisador canadense Yuri Deigin.
No site, Yuri discutiu o RaTG13, um vírus que Shi Zhengli (pesquisador do Instituto de Virologia de Wuhan) revelou ao mundo em um artigo na revista Nature. O RaTG13 é um vírus semelhante em composição genética ao SARS-CoV-2, tornando-o o único parente próximo conhecido na época.
O artigo de Shi era vago sobre a origem de RaTG13. Não disse exatamente onde ou quando o RaTG13 foi encontrado, apenas que já havia sido detectado em um morcego na província de Yunnan, no sul da China.
O jornal despertou as suspeitas de Deigin. Ele se perguntou se o SARS-CoV-2 poderia ter surgido por meio de alguma combinação e combinação genética de um laboratório que trabalhava com RaTG13 ou vírus relacionados. Sua postagem foi convincente e abrangente.
Segundo Deigin: “Foi então que, em busca de argumentos contra a teoria de que o vírus vazou de um laboratório, que fui infectado pelo vírus da dúvida. Qual foi a fonte de minhas dúvidas? O fato de que quanto mais você mergulha nas atividades de pesquisa dos coronavirologistas nos últimos 15-20 anos, mais você percebe que criar quimeras como o CoV2 era comum em seus laboratórios. E CoV2 é uma quimera óbvia.”
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Foto: Reprodução/YouTube.