O “liberalismo” de Macri lembra mais o estatismo de Dilma

O “liberalismo” de Macri lembra mais o estatismo de Dilma

Macri foi eleito em 2015 na Argentina embasado em promessas de liberalização e abertura do mercado e enxugamento do Estado. O que os argentinos receberam foi bem diferente disso.

Por Redação em 26/06/2020

Macri foi eleito em 2015 na Argentina embasado em promessas de liberalização e abertura do mercado e enxugamento do Estado. O que os argentinos receberam foi bem diferente disso.

Privatizações nunca ocorreram

Não houve um programa de privatização de estatais, mesmo as deficitárias, como a Aerolíneas Argentinas e a petrolífera YPF, e a Argentina atualmente é o 38º país menos livre economicamente do mundo, segundo a Heritage Foundation. O país ocupa a 116º colocação entre 180 países analisados pelo Banco Mundial no ranking de facilidade de fazer negócios.

Algumas medidas tomadas por Macri chegam a lembrar medidas tomadas por Dilma Rousseff quando era presidente.

Política externa protecionista

A primeira delas diz respeito à política externa. O governo passou a adotar uma postura protecionista para tentar incentivar a indústria Argentina – foram impostas novas taxas sobre importação de produtos, com alíquotas aumentando em 2019.

De forma análoga, foram tomadas diversas medidas protecionistas durante a presidência de Dilma, como a exigência de cotas para compra de produtos nacionais imposta à Petrobras. É importante lembrar que entre 2008 e 2012 o Brasil foi o sexto país do mundo que mais editou medidas anti-comerciais, segundo levantamento da Organização Mundial do Comércio. Isso contribuiu para que o Brasil se tornasse o segundo mais fechado comercialmente do mundo.

Interferência no Banco Central

A segunda medida de Macri que lembra o governo de Dilma foram as interferências no Banco Central. No final de 2017 o governo adotou uma política de diminuição da taxa de juros e facilitação do acesso ao crédito. Junto com outros fatores, o resultado foi aumento da inflação em cerca de 20% no ano de 2018.

De forma semelhante, Dilma defendia a queda da taxa de juros da economia. A Selic atingiu o então menor patamar de sua história em maio de 2013, mas a inflação subiu e alcançou dois dígitos, o que forçou o aumento da taxa de juros em seguida.

Preços tabelados e inflação

Por fim, Macri congelou preços. Por exemplo, foram tabeladas as tarifas de energia, gás, transporte público e pedágios. Dilma fez o mesmo controlando preços administrados, como o de combustíveis e da energia elétrica: tudo para maquiar a inflação e aumentar as chances de vitória nas eleições de 2014. 

O cenário atual na Argentina é de alta inflação e cerca de 30% da população na pobreza.

Com informações do site Ideias Radicais.


Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil.

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