Sérgio Moro: mundo abandonou mito do Estado Mínimo como idealizado por Thatcher e Reagan

Sérgio Moro: mundo abandonou mito do Estado Mínimo como idealizado por Thatcher e Reagan

Affonso Celso Pastore, representando Moro, chama Estado Mínimo de mito e oferece caminhos que já trilhamos. O que nos falta é facilitar a vida de quem gera emprego, especialmente do pequeno empreendedor.

Por Mari Gatti. em 20/01/2022

Affonso Celso Pastore, nome escolhido para representar o pensamento econômico de Sérgio Moro (Podemos), o Estado Mínimo como um “mito” em artigo publicado nesta quinta-feira (06/01/2022) no jornal “Folha de S. Paulo”.

“No campo social, tanto quanto no econômico, o mundo já abandonou o mito do “Estado mínimo”, como foi idealizado por Thatcher e Reagan. Ainda existem testemunhos de como isso funcionava, como é o caso dos EUA, que preza a eficiência e a meritocracia, mas tolera a crescente concentração de rendas e riquezas.”

Affonso Celso Pastore

Obviamente, a decepção foi grande: boa parte dos apoiadores de Moro durante o “Fora Dilma” são justamente liberais.

Ideias para a economia: auxílios governamentais e cortes de privilégios

Sobre o caso brasileiro, Pastore afirmou que “a obrigação do governo” é atuar na área social, incluindo “transferências de renda que deem a todos o mesmo ponto de partida’”.

Ele afirma que “a aposta no capitalismo de compadrio” do PT foi equivocada e “levaram à recessão de 2014 a 2016, da qual ainda não nos recuperamos”.

Ele também defende que “o arcabouço fiscal ideal requer reformas que cortem desperdícios e privilégios, direcionando recursos aos setores e atividades com maior retorno social”.

“Vamos ajudar os pobres e cortar privilégios” é algo que já ouvimos bastante com outros políticos, incluindo Lula e Dilma. Não há nada de novo aqui. Quem faria campanha dizendo que vai aumentar os privilégios e prejudicar a vida dos pobres?

Esse discurso vazio e clichê pode querer dizer qualquer coisa, mas provavelmente quer dizer assistencialismo e aumento da intervenção estatal na economia.

Cada vez que compramos uma latinha de refrigerante, quase metade do que pagamos é imposto. Não precisamos de mais do mesmo. O que falta é ambiente que facilite a vida do empreendedor, do micro ao grande, gerando empregos e atraindo investimentos.

O Brasil sofreu vem sofrendo com altos níveis de intervenção estatal desde sempre. Não muitas décadas atrás, era proibido importar diversos produtos, demitir funcionários e outras coisas básicas para o funcionamento de qualquer empresa, especialmente as pequenas. Depois, veio uma relativa abertura econômica com Collor e posteriormente FHC. Lula “surfou” na onda. Estava mais fácil abrir um pequeno negócio, gerar valor.

Ainda hoje, o Brasil é o número 144 de 180 no Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation..

*Mari Gatti, escritora.


Foto: Poder360.