Affonso Celso Pastore, nome escolhido para representar o pensamento econômico de Sérgio Moro (Podemos), o Estado Mínimo como um “mito” em artigo publicado nesta quinta-feira (06/01/2022) no jornal “Folha de S. Paulo”.
“No campo social, tanto quanto no econômico, o mundo já abandonou o mito do “Estado mínimo”, como foi idealizado por Thatcher e Reagan. Ainda existem testemunhos de como isso funcionava, como é o caso dos EUA, que preza a eficiência e a meritocracia, mas tolera a crescente concentração de rendas e riquezas.”
Affonso Celso Pastore
Obviamente, a decepção foi grande: boa parte dos apoiadores de Moro durante o “Fora Dilma” são justamente liberais.
Ideias para a economia: auxílios governamentais e cortes de privilégios
Sobre o caso brasileiro, Pastore afirmou que “a obrigação do governo” é atuar na área social, incluindo “transferências de renda que deem a todos o mesmo ponto de partida’”.
Ele afirma que “a aposta no capitalismo de compadrio” do PT foi equivocada e “levaram à recessão de 2014 a 2016, da qual ainda não nos recuperamos”.
Ele também defende que “o arcabouço fiscal ideal requer reformas que cortem desperdícios e privilégios, direcionando recursos aos setores e atividades com maior retorno social”.
“Vamos ajudar os pobres e cortar privilégios” é algo que já ouvimos bastante com outros políticos, incluindo Lula e Dilma. Não há nada de novo aqui. Quem faria campanha dizendo que vai aumentar os privilégios e prejudicar a vida dos pobres?
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Esse discurso vazio e clichê pode querer dizer qualquer coisa, mas provavelmente quer dizer assistencialismo e aumento da intervenção estatal na economia.
Cada vez que compramos uma latinha de refrigerante, quase metade do que pagamos é imposto. Não precisamos de mais do mesmo. O que falta é ambiente que facilite a vida do empreendedor, do micro ao grande, gerando empregos e atraindo investimentos.
O Brasil sofreu vem sofrendo com altos níveis de intervenção estatal desde sempre. Não muitas décadas atrás, era proibido importar diversos produtos, demitir funcionários e outras coisas básicas para o funcionamento de qualquer empresa, especialmente as pequenas. Depois, veio uma relativa abertura econômica com Collor e posteriormente FHC. Lula “surfou” na onda. Estava mais fácil abrir um pequeno negócio, gerar valor.
Ainda hoje, o Brasil é o número 144 de 180 no Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation..
*Mari Gatti, escritora.
Foto: Poder360.