“Lula é amigo do Hamas”: líder de grupo terrorista islâmico declara apoio a Lula

“Lula é amigo do Hamas”: líder de grupo terrorista islâmico declara apoio a Lula

Membro do Hamas, grupo que defende a implementação da Sharia, se diz ansioso para um possível retorno de Lula e que ficou chocado com a subida ao poder do que ele chamou de "extrema direita".

Por Mari Gatti em 24/05/2022

Hamas, um famoso grupo terrorista islâmico, declarou apoio a Lula para as eleições de 2022.

Dr. Basem Naim, membro do Birô Político do Hamas e do Comitê de Relações Exteriores do partido palestino, deu uma entrevista ao site Brasil 247 onde elogiou o ex-presidiário e disse que espera ansiosamente por seu retorno à presidência.

Naim, que é médico e foi ministro da Saúde da Palestina entre 2007 e 2012, revelou que ficou “chocado” com a mudança política no Brasil para o que ele chama de extrema direita.

“Tenho que dizer que realmente apreciamos o apoio brasileiro durante anos e anos de história ao nosso povo. Começou anos atrás e, em particular, na presidência do Lula, foi um grande e vigoroso apoio à nossa causa. Não somente a relação pessoal com Lula, mas temos a sensação que há um comprometimento da liderança brasileira com a liberdade e a dignidade do povo palestino e a liberação da Palestina”. (…)

“Então, para ser honesto, ficamos verdadeiramente chocados quando essa mudança ocorreu para a extrema direita. Foi chocante para nós, porque durante anos assistimos como o Brasil é um país grande e central na América Latina e sabemos da sua importância em liderar outros países na arena política. Deste modo, ficamos muito tristes com essa mudança. Não é somente uma leve mudança para a direita. O país teve um movimento extremo para a direita, que apoiou e adotou a posição estadunidense e a narrativa israelense inteiramente. O Brasil desrespeitou o direito e a legitimidade internacional. (…)

Realmente, estamos muito tristes, mas, honestamente, ficamos muito felizes quando o presidente Lula foi libertado novamente e obteve uma nova chance para competir à presidência. Esperamos ansiosamente pelos dias quando veremos o Brasil novamente apoiando a Palestina e a luta palestina pela liberdade e dignidade”.

Dr. Basem Naim

Lula, Hamas e Palestina – um contexto histórico

Em 2010, Lula sancionou um projeto de lei que concedeu ajuda de R$ 25 milhões dos pagadores de impostos brasileiros para a reconstrução da Faixa de Gaza. “É dinheiro para um fundo que vai trabalhar na reconstrução de Gaza. Não é dar dinheiro para um grupo ou outro, mas para um fundo administrado pelas Nações Unidas”, comentou o então ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

Lula chegou a afirmar, em encontro com o presidente sírio, Bashar Al-Assad, que apóia a criação de um Estado palestino e que “a continuada ocupação de territórios palestinos, a manutenção e a expansão de assentamentos são inaceitáveis”.

Logo no começo de seu primeiro mandato, Lula recebeu críticas por ter retirado Israel de seu roteiro. Em 2003, Efraim Innbar, professor da Universidade Bar-Ilan e diretor do Instituto Begin-Sadat, disse que Lula deveria escolher melhor os pontos de parada de suas viagens.

“O presidente brasileiro deveria vir a Israel e conhecer o que é Primeiro Mundo, e não ficar passeando em países ditatoriais. Se ele quer ser amigo dos árabes, problema dele. Mas espero que Lula tenha mais maturidade no futuro”, reagiu Innbar na época.

Para o professor, a viagem de Lula ao Oriente Médio, excluindo Israel, apesar de ter motivação econômica, poderia acabar incitando o anti-semitismo no Brasil.

É importante lembrar que o único país do Oriente Médio onde existe Parada Gay é Israel, o que coloca a atuação externa e o discurso interno progressista de Lula em contradição.

Entrevista completa do membro do grupo terrorista para o Brasil 247.

* Mari Gatti, escritora.


Foto: reprodução/Facebook