Inflação chega a 55,1% na Argentina e quase metade da população passa fome

Inflação chega a 55,1% na Argentina e quase metade da população passa fome

Lockdowns rígidos, populismo, impressão de dinheiro e congelamento de preços mostram seu efeito.

Por Redação em 17/05/2022

A inflação média na Argentina entre 1944 e 2022 foi de 191,73%.

O descontrole dos preços devastou a economia argentina, transformando um dos países mais ricos do mundo em um lugar onde 44% da população vive abaixo da linha de pobreza.

Dessa vez, todavia, a inflação está superando qualquer previsão. Começando a disparar. Ou, melhor, a galopar.

Os preços na Argentina subiram 6,7% em março, atingindo uma média anual de 55,1%, uma alta que não acontecia desde 2002, ano após a derrocada provocada pelo calote que o governo de Buenos Aires deu aos detentores de títulos da dívida pública.

O aumento dos preços atinge principalmente o setor de alimentos, com 7,2% de alta. E  isso se reflete sobre os bens de consumo básicos.

Consequência direta: dados oficiais mostram que quase metade dos argentinos passa fome. E outro 25% luta para chegar ao final do mês.

A resposta da população à inflação na Argentina

Os protestos populares estão crescendo. Os sindicatos da oposição voltaram às ruas, ocupando por horas a famosa Calle 9 de Julio, a principal avenida que atravessa o centro de Buenos Aires, e divide a Casa Rosada, sede da Presidência da República, do palácio do Congresso Nacional.

O governo está dividido. Desde novembro passado, quando a esquerda governista registrou uma pesada derrota nas eleições regionais, as tensões entre o presidente, Alberto Fernández, e sua vice, Cristina Kirchner, não param de subir.

Segundo fontes do periódico Exame Invest, os dois não se falariam há meses.

E Fernández já considera a Kirchner sua principal inimiga interna.

Ela não esconde seu arrependimento de ter oferecido à seu ex-chefe de gabinete a possibilidade de alcançar a Presidência da República. Algo impensável até poucas semanas antes da eleição.

Os economistas ligados ao kichrnerismo, estão convencidos de estar diante da chamada “oferta distributiva”: uma extravagante sub-teoria econômica, desconhecida mundo afora, cuja popularidade se limita, basicamente, à própria Argentina.

Essa contorção intelectual tem como ponto de chegada o mesmo objetivo de sempre: controlar os preços por decreto do governo.

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Foto: Reprodução/Instagram