Um estudo aponta que a hidroxicloroquina reduz significativamente o risco de mortalidade por Covid-19, doença causada pelo vírus chinês. De acordo com o Thaís Garcia, cristã e correspondente internacional na Europa do Portal Conexão Política, a Bélgica publicou o maior estudo retrospectivo em pacientes hospitalizados.
Entenda o caso
Assim como o Instituto de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário de Marselha na França (IHU Méditerranée Infection), representado pelo epidemiologista e professor Didier Raoult, realizou estudo científico sobre a eficácia da hidroxicloroquina em pacientes da Covid-19, a Bélgica apostou em pesquisa que apresentou resultado extremamente positivo.
Sim, de acordo com o estudo belga, a hidroxicloroquina reduz significativamente o risco de mortalidade causado pelo coronavírus.
A hidroxicloroquina (HCQ) tem sido amplamente usada e investigada como terapia de Covid-19 em vários ambientes. Na Bélgica, utilizou-se HCQ off-label em baixa dose (2.400 mg durante cinco dias) em 8.075 pacientes hospitalizados com a doença.
Metodologia
A pesquisa analisou de forma retrospectiva, a mortalidade intra-hospitalar nos dados de vigilância hospitalar nacional de Covid-19 da Bélgica.
“Foi feita a comparação de pacientes tratados apenas com HCQ e cuidados de suporte (grupo com HCQ) com pacientes tratados apenas com cuidados de suporte (grupo sem HCQ) usando uma regressão de riscos proporcionais, ajustados para características demográficas e clínicas”, aponta o estudo.
Do mesmo modo, o impacto do tratamento com HCQ na mortalidade foi investigado de acordo com o tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico de Covid-19.
O banco de dados continha um total de 15.544 prontuários de pacientes Covid-19 provenientes de 109 hospitais belgas. Embora tenha acontecido a exclusão de pacientes que não atenderam aos critérios de inclusão, 8.910 casos foram incluídos para análise descritiva.
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Hidroxicloroquina reduz riscos
Conforme publicado, dos 8.075 pacientes com dados completos de alta em 24 de maio e diagnosticados antes de 1º de maio, 4.542 receberam HCQ em monoterapia e 3.533 estavam no grupo sem HCQ. Os óbitos reportados foram 804/4.542 (17,7%) e 957/3.533 (27,1%), respectivamente.
“Na análise multivariável, a mortalidade foi menor no grupo com HCQ em comparação com o grupo sem HCQ (razão de risco ajustada [HR] 0,684, intervalo de confiança de 95% [IC] 0,617–0,758). Em comparação com o grupo sem HCQ, a mortalidade no grupo HCQ é menor em pacientes com diagnóstico ≤ 5 dias (n = 3975) e > 5 dias (n = 3.487) após o início dos sintomas (HR ajustado 0,701, IC 95% 0,617–0,796 e HR ajustado 0,647, IC 95% 0,525–0,797, respectivamente).”
A coleta de dados foi efetuada pelo Sciensano – o Instituto Científico Belga de Saúde Pública – habilitado para a vigilância de doenças infecciosas na Bélgica e aprovada pelo comitê de ética do Hospital Universitário de Ghent.
Cerca de 60% dos pacientes com Covid-19 hospitalizados tinham mais de 65 anos.
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Foto: Michael Longmire.