Hardware versus Software – onde está o alto “valor agregado”?

Hardware versus Software – onde está o alto “valor agregado”?

Conheça a opinião do especialista Jaime de Paula sobre onde está o alto “valor agregado": no hardware ou no software.

Por Jaime de Paula em 17/03/2021

Como mentor, tenho a oportunidade de participar da análise de muitas startups, e isso realmente é prazeroso. Analisando os empreendedores e suas ideias, seus produtos e serviços e também seus modelos de negócio.

Não raramente, nos reparamos com super idéias, excelentes produtos, porém modelos de negócios não alinhados com o mercado atual, deixando de aproveitar receitas que no longo prazo serão muito superiores aos modelos projetados no business plan.

Um caso recente, analisando uma empresa de tecnologia voltada ao segmento de agribusiness, que possui um super produto (hardware), porém focada em alugar o seu equipamento, mas esquecendo no seu modelo de negócios, que os dados por eles capturados, se colocados em um datalake, com uma plataforma de big data/Analytics e Inteligência Artificial (IA) tem um poder de geração de receitas muito superior ao aluguel dos equipamentos. Além de ter um mercado muito maior que o já gigante agribusiness. Dados esses que bem trabalhados podem gerar conhecimento para a tomada de decisão nos setores de seguros, bancos, tradings e outros segmentos de mercado.

Alto “valor agregado”: no Hardware ou no Software?

Essa visão de geração de valor através do conhecimento é vital na grande maioria de startups, mas também de grandes corporações. Imagine não apenas “prever o tempo da semana”, mas projetar a variação de alguns centavos de dólar no preço da soja, do milho e do algodão do mercado futuro. Esse sim gera um grande valor, e é facilmente reconhecido e pago pelo mercado.

Possibilidades gigantes para o setor de seguro agrícola, e também na parte de análise de risco de credito para grandes bancos. Quanto uma ADM não pagaria para ter esse conhecimento, gerado através de IA – Machine Learning, com alto grau de assertividade em seus modelos.

Os dados existem, são abundantes, porém são matéria prima para desenvolver os produtos de alto valor agregado com a tecnologia de IA. De nada vale ter os “inputs”, se eles não possuem os “outputs” que o mercado valoriza e paga!

Leia mais sobre Hardware versus Software e o valor agregado clicando aqui ou aqui.

*Jaime de Paula, empreendedor de tecnologia. Engenheiro, PhD em Inteligência Artificial (UFSC), cursando pos-doc na Univalli, também em IA. Iniciou como executivo de grandes empresas como a BRFoods até fundar a Paradigma e depois a Neoway, onde foi CEO até junho de 2019. Mentor Endeavor e Darwin, investe em mais de 20 startups do ecossistema catarinense de tecnologia. Participa ativamente de projetos sociais como o Instituto Vilson Groh e os projetos Superando Barreiras e Mama Solidária.


Foto: Patrick Lindenberg.