O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou essa semana (10/11/2020) que está bastante frustrado por ainda não ter feito as privatizações que previa para este ano.
De acordo com a Agência Brasil, ele participou da abertura do evento Boas Práticas e Desafios Para a Implementação da Política de Desestatização do Governo Federal, na Controladoria-Geral da União (CGU), em Brasília.
“Estou bastante frustrado com o fato de a gente estar aqui há dois anos e não ter conseguido vender uma estatal. Até por isso um dos nossos secretários foi embora. Entrou outro com muita determinação e mais juventude. Quem sabe ele aguenta o tranco e vai conseguir entregar mais. Isso é lamentável”, disse Guedes se referindo a Salim Mattar, que deixou a Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercado em agosto e deu lugar a Diogo Mac Cord de Faria.
O ministro declarou que a estrutura atual do Estado ainda segue os padrões da época em que foi elaborada, no regime militar, e que agora é preciso remodelar o país de acordo com a “ordem democrática”, promovendo ações descentralizadas.
Para o ministro, o Estado como um todo não está conseguindo atender algumas demandas da sociedade.
As Estatais
“As empresas estatais, ao longo do tempo, algumas avançaram e outras se perderam. Temos o caso típico de água e saneamento, que agora nós fizemos o marco regulatório, que é um avanço, vai trazer muito recursos para a área”, declarou.
Bolsonaro havia afirmado que Paulo Guedes é o cara da política econômica e ainda disse que “não é razoável” que o Brasil tenha 100 milhões de pessoas sem esgoto e 35 milhões de pessoas sem água corrente em casa.
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“Enquanto isso, as tarifas de água e esgoto subiram, os salários do funcionalismo nessas empresas subiram também. A única coisa que caiu foram os investimentos em água e esgoto”, argumentou.
“Evidentemente quando há uma situação dessas de esgotamento, tem que ir rapidamente em outra direção e nós não temos essa velocidade e isso inclui o nosso governo”, disse.
Mudanças nas estruturas
Paulo Guedes, além de estar frustrado com a situação, declarou ainda que acordos políticos têm impedido as privatizações. “Tem acordo político na Câmara, no Senado, que não deixa privatizar. Precisamos recompor o nosso eixo político para conseguir fazer as privatizações prometidas durante a campanha [da eleição para presidente]”, disse.
Entre as prioridades de privatização das estatais para 2021 estão: Correios, Eletrobras, Porto de Santos e Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural (PPSA, empresa estatal do pré-sal).
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.