Frank Laubach: um dos métodos mais bem-sucedidos de alfabetização do mundo

Frank Laubach: um dos métodos mais bem-sucedidos de alfabetização do mundo

Frank Laubach: ensine o aluno com base no que ele já conhece, o treinando se interessa por assuntos do seu cotidiano, motive-o sempre.

Por Redação em 12/05/2021

Frank Charles Laubach (1884-1970) foi pedagogo, professor e missionário. Enviado em 1915 para as Filipinas, ele tinha o desafio de ensinar a Bíblia, mas se deparou com algo mais difícil.

Só os sacerdotes mulçumanos liam, e em árabe. Quem fosse alfabetizado tinha que aprender árabe primeiro. Laubach tinha de criar uma escrita para o idioma local, ensiná-la aos filipinos e só aí ensinar a Bíblia. E ele trabalhou nisso durante 30 anos, aperfeiçoando um método.

Ele acabou alfabetizando 60% do país inteiro, junto com outros educadores. O próprio Frank esteve no Brasil, após a IIª Guerra Mundial.

O analfabeto não deixa de ser uma pessoa instruída pelo fato de não saber ler e escrever. Ele é uma pessoa isolada do conhecimento formal. Promover a alfabetização é mudar a consciência desta pessoa, reintegrando-a ao meio em que vive e colocando-a no mesmo plano de reconhecimento de direitos humanos fundamentais.”

Frank Lauback

Método de Frank Laubach no Brasil

O método criado por Frank ao longo de 30 anos é utilizado por várias instituições, como a Ibraema. Inclusive, mesmo se não for professor, você pode se candidatar para um treinamento e posterior trabalho de alfabetização.

Paulo Freire copiou?

David Gueiros Vieira, historiador, afirma que Freire copiou algumas das estratégias de Laubech (porém, as “perverteu” com ideologias econômicas). De fato, Freire falou muito sobre marxismo e sobre como o professor deveria, na opinião dele, trazer a ideologia política “correta” para a sala de aula.

O método de Laubech foi utilizado na Cruzada ABC. O que se ouvia da parte da esquerda pernambucana, obviamente, era que o Método Laubach era “amigo da ignorância” — ou seja, “ignorava a promoção da luta de classes”, e defendia a harmonia social.

No entanto, o método Laubach — o autêntico — fora de início utilizado com grande sucesso em Pernambuco, na alfabetização de 30.000 pessoas da favela chamada “Brasília Teimosa”, bem como em outras favelas do Recife, em um programa educacional conduzido pelo Colégio Presbiteriano Agnes Erskine, daquela cidade. Os professores eram todos voluntários.

David Gueiros Vieira

O que sabemos é que Freire conversou com Lauberch quando o “pedagogo da teoria de classes” era diretor do Sesi de Pernambuco.

“Houve também farta distribuição de cartilhas do Método Laubach, em espanhol, pois a versão portuguesa ainda não estava pronta. Nessa época, a revista Seleções do Readers Digest publicou um artigo sobre Laubach e seu método — muito lido e comentado por todos os brasileiros de então, que, em virtude da guerra, tinham aquela revista como único contato literário com o mundo exterior. Naquele ano, de 1943, o Sr. Paulo Freire já era diretor do Sesi, de Pernambuco — assim ele afirma em sua autobiografia — encarregado dos programas de educação daquela entidade. No entanto, nessa mesma autobiografia, ele jamais confessa ter tomado conhecimento da visita do educador Laubach a Pernambuco. Ora, ignorar tal visita seria uma impossibilidade, considerando-se o tratamento VIP que fora dado àquele educador norte-americano, pelas autoridades brasileiras, bem como pela imprensa e pelo rádio, não havendo ainda televisão.”

David Gueiros Vieira

Alguém aí acha que marxistas iriam adotar de bom grado um método criado por um missionário e que dava, em suas cartilhas, ênfase na harmonia social?

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Foto: reprodução.