Fascistas disfarçados de democratas

Fascistas disfarçados de democratas

O jornalista Alexandre Garcia discute o tema no artigo “Pensar dói. Teríamos no Brasil fascistas disfarçados de democratas?”

Por Redação em 04/10/2020

Falar sobre fascismo e antifascismo no Brasil virou moda. E diante desta realidade, o jornalista Alexandre Garcia publicou um artigo em 37 jornais, intitulado: “Pensar dói. Teríamos no Brasil fascistas disfarçados de democratas?”

De acordo com o jornalista, sim! E antes que você emita a sua opinião, leia este texto até o fim para saber o que Alexandre Garcia escreveu. Confira:

“Ainda na metade deste ano, em São Paulo, um grupo de mais de 500 pessoas no Largo do Batata se dispersou. Alguns foram pacificamente para casa, outros foram quebrar vidros do Bradesco e do Itaú.

Na avenida Paulista, um grupo diferente se manifestava. Uns com bandeiras nacionais, outros com cartazes pedindo o fechamento do Supremo e do Congresso.

Surpreendentemente, segundo os noticiários, aqueles que quebraram os vidros dos bancos eram chamados de democratas, enquanto os outros que estavam pacificamente lá, eram taxados como antidemocratas, porque alguns estavam pedindo fechamento do Congresso, apesar disso, não estavam fechando o Congresso.

Em Copacabana umas 200 pessoas de um lado e de outro se manifestavam falando em democracia e antifascismo. No centro do Rio, outro grupo levava barras de ferro, coquetéis molotov e facas. Também era um grupo chamado de democrata.  

Eu acho que nós enlouquecemos!

A começar que a gente copiou esse “antifascismo” dos americanos. A gente vai copiando. Estes movimentos acontecem lá e a gente copia por aqui…

Aliás, democracia e fascismo provavelmente não encontrariam padrões por essas bandas.

Havia pessoas defendendo a democracia com a maior boa fé, sem se dar conta de que já estamos numa democracia, a nossa moda.

Pode-se xingar o presidente (da República) todos os dias, inclusive ameaça-lo. Fazer o mesmo com os presidentes da Câmara e do Senado, mas não se permite fazer isso com os juízes do supremo.

Também havia pessoas com a maior boa fé, pedindo intervenção militar. Havia pessoas auto-intitulada anti-fascistas e havia pessoas se expressando como anti-comunistas. Todos exercendo o direito democrático e constitucional de liberdade de opinião, de expressão e de manifestação.

O que está fora da lei é armar-se para agredir quem pensa diferente, ou se preparar para incendiar ou sair quebrando. A linguagem da violência é falada por quem carece dos argumentos da razão.

E a constituição só garante direito de reunião sem armas. Num lado e no outro das manifestações há um fundo de verdade e coisas falsas.

Será que pensar doi?”

Para ler o artigo de Alexandre Garcia na íntegra, clique aqui.


Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil.