Falta diesel na Argentina: logo pode faltar pão

Falta diesel na Argentina: logo pode faltar pão

Com congelamento de preços, aumentos de impostos e guerra na Ucrânia, argentinos enfrentem grave crise econômica.

Por Redação em 13/06/2022

Falta diesel na Argentina: e logo pode faltar pão

Caminhões carregados de alimentos estão nas filas dos postos de gasolina da Argentina, aguardando o Há dois meses, a falta do combustível prejudica principalmente o setor agropecuário, que é a maior fonte de divisas do país. Agora, a grande preocupação é o risco de faltar trigo para consumo interno e para a exportação.

Segundo a Federação Argentina de Entidades Empresariais de Transporte de Carga (Fadeeac), entre 25 de maio e o último domingo (5), 19 dos 24 distritos argentinos apresentaram problemas de abastecimento de diesel. Além disso, na semana passada, 26% dos caminhoneiros que usam esse combustível na Argentina chegaram a esperar mais de 12 horas nos postos para conseguir abastecer e 31% aguardaram entre 6 e 12 horas na fila.

Além disso, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires prevê redução na área plantada de trigo, devido às condições de seca, o que aumenta as preocupações de especialistas e autoridades.

O trigo, juntamente com o milho e a soja, representa 47% das exportações do país. A Argentina é o 7º maior produtor de trigo do mundo, além de ser o primeiro em exportação de farinha. Mesmo assim, o preço do pão não para de crescer nas padarias argentinas.

Inflação no país

A Guerra na Ucrânia reforçou um problema que a Argentina já sofre há dez anos. Os argentinos convivem com a alta inflação, que chegou a 50% em 2021. Com o conflito no leste europeu, o salto foi de 16% nos três primeiros meses de 2022, segundo dados oficiais.

A solução proposta pelo presidente argentino, Alberto Fernández, foi enviada ao Parlamento nesta segunda-feira (6). É o projeto de lei que deve criar uma tributação para a “receita inesperada” obtida pelas grandes empresas, como forma de compensar os aumentos acentuados dos preços internacionais.

Segundo ele, o projeto de nova tributação serve, também, para cumprir com o acordo de refinanciamento da dívida de 45 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Medida deve afastar geradores de emprego

A novidade, claro, não foi bem recebida pelo empresariado argentino, ou seja, por pessoas que geram emprego no país.

O presidente da Associação Empresária Argentina (AEA), Jaime Campos, discursou nesta terça-feira (7) no evento de celebração dos 20 anos da entidade, declarando que a nova tributação é um retrocesso. “Temos mais de 160 impostos no nosso país. E, para voltar a crescer e gerar emprego, é preciso reduzir impostos”, reforçou.

Um vídeo gravado pelo presidente argentino para os participantes do evento foi transmitido em um telão. Na gravação, Fernández comentou sobre o novo imposto. “Não conseguimos relacionar nossos produtores de alimentos a todos os argentinos, nem separar totalmente os preços internacionais dos valores internos”, disse o presidente, pedindo a compreensão dos empresários.

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Foto: reprodução/Instagram