Um dos argumentos usados a favor da legalização do aborto é o de que, havendo ou não proibição legal, os casais que pretendem abortar o farão de qualquer forma.
Para defender essa narrativa, defensores do aborto comparam a quantidade de abortamentos entre países onde o aborto é penalmente vedado e países em que é permitido. Tentam concluir a partir disso que, por vezes, neste último grupo há menos casos de aborto.
Quais são os problemas de o número de casos em dois países distintos?
No entanto, essa metodologia é falha. Primeiramente, porque não existe certeza do número de abortos nos países em que a conduta é criminalizada justamente por ser uma pratica clandestina.
Um exemplo disso é que no Uruguai, antes da liberação do aborto, falava-se em 55 mil abortamentos por ano. No primeiro ano após a legalização houve pouco mais de 6 mil abortos registrados. Não faz sentido que apenas a legalização tenha causado uma redução tão drástica, ou seja, as estimativas provavelmente estavam “inchadas” em quase 10 vezes!
Outro problema da simples comparação do número de abortos entre dois países é que essa metodologia deixa de lado outras variáveis importantes.
O jornal americano esquerdista New York Times publicou uma matéria em que compara Uganda (onde o aborto é proibido) com os Estados Unidos ou os países da Europa Ocidental. Essa análise não levou em conta variáveis como renda, nível educacional, acesso a métodos de evitar gestações indesejadas etc.
Comparando o antes e depois da legalização do aborto em um mesmo país
A melhor metodologia para examinar a questão parece ser averiguar o número de abortos no primeiro ano após sua legalização (primeiro ano em que a prática não ocorrerá na clandestinidade e em que serão coletados dados oficiais) e então comparar se esse número com o dos anos seguintes. Se o número de abortos induzidos crescer acima da taxa de crescimento populacional, há indícios de que a legislação permissiva impactou o comportamento.
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Países que legalizaram a prática tiveram incremento nas taxas de abortos efetuados.
Utilizando essa metodologia, é perceptível que países que legalizaram a prática tiveram incremento nas taxas de abortos efetuados.
Alguns exemplos:
- Uruguai. No primeiro ano após a legalização, houve pouco mais de 6 mil abortamentos no país. Logo no segundo, esse numero cresceu 20%. No terceiro, houve um novo aumento de 9%.
- Estados Unidos. Em 1970, ocorreram cerca de 190 mil. Em 1973 a trágica marca já atingiu o patamar de mais de 615 mil e o número não parou de subir desde então.
- Austrália. O aborto é liberado na Austrália desde 1970. Em 1985, foram executados na Austrália cerca de 66 mil abortos. Esse número subiu para 71 mil em 1987 e saltou para 83 mil em 1991.
Para ver a matéria completa, acesse o site Gazeta do Povo.
Foto: Alicia Petresc.