Facebook muda diretrizes: permitido discurso violento contra Rússia

Facebook muda diretrizes: permitido discurso violento contra Rússia

Em alguns países, está permitido dizer que quer a morte de Putin, desde que você não dê detalhes que denotariam um plano verdadeiro.

Por Redação em 14/03/2022

Meta, empresa matriz do Facebook e do Instagram, muda suas “diretrizes da comunidade”: estão permitidos posts pedindo violência contra soldados russos, de acordo com e-mails internos da empresa vistos pela agência de notícias Reuters na quinta-feira, 10/03/2022.

“Como resultado da invasão russa da Ucrânia, fizemos provisões temporárias para formas de expressão política que normalmente violariam nossas regras como discursos violentos, como ‘morte aos invasores russos’. Ainda não permitiremos apelos confiáveis à violência contra civis russos”, disse um porta-voz da Meta em uma declaração.

Apelos pela morte de Putin, por exemplo, serão permitidos a menos que contenham outras metas ou tenham dois indicadores de credibilidade, como a localização ou o método, disse um e-mail.

Entretanto, as mudanças temporárias na política de apelo à violência não se aplicam a todo os países. Os países em caráter de exceção são: Armênia, Azerbaijão, Estônia, Geórgia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, Romênia, Rússia, Eslováquia e Ucrânia

“Estamos emitindo uma permissão do espírito da política para permitir um discurso violento T1 que de outra forma seria removido sob a política do discurso de ódio quando: (a) a respeito de soldados russos, EXCEPTO prisioneiros de guerra, ou (b) a respeito de “russos” onde estiver claro que o contexto é a invasão russa da Ucrânia (por exemplo, o conteúdo menciona a invasão, autodefesa, etc.)

Estamos fazendo isto porque observamos que, neste contexto específico, ‘soldados russos’ estão sendo usados como um substituto para os militares russos. A política do discurso do ódio continua a proibir ataques contra russos”.

Trecho de e-mail interno da Meta, noticiado pela agência de notícias Reuters

Facebook muda “diretrizes da comunidade”: está permitido até elogiar grupo nazista

O porta-voz da Meta disse anteriormente que a empresa estava “por enquanto, fazendo uma pequena exceção para elogios ao [grupo nazista] Azov estritamente no contexto da defesa da Ucrânia, ou em seu papel como parte da Guarda Nacional da Ucrânia”.

Além disso, muitas das principais plataformas de mídia social anunciaram novas restrições de conteúdo em torno do conflito, incluindo o bloqueio da mídia estatal russa RT e Sputnik na União Européia.

Resposta da Rússia

Na semana passada, a Rússia disse que estava proibindo o Facebook no país, em resposta ao que disse serem restrições de acesso à mídia russa na plataforma. Moscou também restringiu o acesso ao Twitter durante sua invasão da Ucrânia, a qual chama de “operação especial”.

Enquanto isso, a embaixada da Rússia nos Estados Unidos exigiu que Washington parasse as “atividades extremistas” da Meta.

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Foto: Reprodução/YouTube