Nos Estados Unidos, reformas iniciadas por líderes progressistas, teoricamente para combater o racismo na violência policial, terminaram por aumentar o número de vítimas afrodescendentes.
As políticas de policiamento e encarceramento estão na vanguarda do debate e essas políticas entraram em vigor quando os protestos do Black Lives Matter (“Vidas Negras Importam”) e Defund the Police (“Desfinancie a Polícia”) atingiram um pico em 2020.
Bill de Blasio, ex-prefeito de Nova Iorque, apoiou a libertação de milhares de presos na Ilha Rikers através do programa de “libertação supervisionada” da cidade no ano de 2017.
A queda do financiamento da polícia também acabou com o programa de policiais a paisana. Os policiais que ficavam “disfarçados de civis” para observar o movimento na cidade foram alocados para outras funções.
Aos números: quanto as “reformas para combater o racismo na violência policial” aumentaram a taxa de crimes?
A informação vem Hannah E. Meyers, diretora da iniciativa de policiamento e segurança pública do Instituto Manhattan, e Jim Quinn, ex-promotor executivo do distrido do Queens, em Nova Iorque.
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Eles escreveram um artigo para o The New York Times (15/02/2022) discutindo os impactos das reformas que vem sendo feitas e foram entrevistados pela Fox News (21/02/2022).
“Acho que você pode conversar com qualquer promotor, especialmente qualquer promotor de linha ou qualquer pessoa que tenha deixado recentemente um escritório de promotores em um cargo mais sênior, e eles lhe dirão (….) que a reforma (…) está tendo um enorme impacto sobre o crime”, disse Meyers à Fox News.
Os assassinatos subiram 52% de 2019 para 2021, enquanto os tiroteios aumentaram 104% e os roubos de veículos 91%. Em 2020, os nova-iorquinos negros foram vítimas em 65% dos assassinatos e 74% dos tiroteios, escreveram os autores para o TNYT.
* Mari Gatti, escritora
Foto: Flow Clark