“Os três ladrões” adotado em escolas de elite

“Os três ladrões” adotado em escolas de elite

Autor acredita que a sensualidade, a malícia e os sete pecados capitais merecem todos um lugar nos livros infantis".

Por Roberto Motta em 28/02/2022

O livro conta a história de 3 assaltantes que atacam vítimas com spray de pimenta, uma arma de fogo e um enorme machado vermelho.

Um dia, em veículo assaltado, eles encontram uma “pequena órfã”. Os três ladrões levam a orfã para morar com eles.

Repetindo: os assaltantes sequestram a criança que passa a morar com 3 criminosos, homens adultos.

Mas o tom é muito fofo.

Eles então decidem comprar um castelo com o dinheiro dos assaltos, e arrebanhar dezenas de órfãos para viver com eles.

Faça uma pausa e pense um pouco sobre o que está escrito cima.

Pense que isso é leitura obrigatória de algumas das escolas da elite do Rio.

O livro torna o sequestro de uma criança – para ir viver com assaltantes – uma coisa fofa. Isso em um mundo em que milhares de crianças desaparecem todos os anos, e uma das primeiras recomendações dos pais é “nunca fale com estranhos”.

Ah, mas não acabou ainda.

Na fofa apresentação inicial, o livro nos informa que o autor “é um sujeito muito humano que acredita que a sensualidade, a malícia e os sete pecados capitais merecem todos um lugar nos livros infantis“.

Crianças de 8 anos, extremamente vulneráveis, são expostas a esse lixo e a outros livros semelhantes.

O resultado, para algumas delas, vai ser uma vida marcada por revolta vazia, sexualidade exacerbada, romantização do crime e servidão ideológica.

Assim que possível, ainda hoje, dê uma olhada nos livros dos seus filhos.

Nós, pais, somos a única chance que eles têm contra essa covardia.

* Texto por Roberto Motta.


Foto: Reprodução/Sapomag