Disrupção: ponte em Honduras é uma metáfora perfeita

Disrupção: ponte em Honduras é uma metáfora perfeita

Uma ponte em Honduras foi feita para resistir a furacões. Ela resistiu, mas não havia mais um rio no local e ela se tornou inútil. Que lição os empreendedores podem aprender com isso?

Por Redação em 01/09/2020

Se você ainda não ouviu a história da Nova Ponte do Choluteca em Honduras, provavelmente não está sozinho. Mas é uma história sobre disrupção que vale a pena ser lida.

A Nova Ponte do Choluteca, também conhecida como Ponte do Sol Nascente, foi construída em 1998 sobre o rio de mesmo nome. Não confundir com a Antiga Ponte do Choluteca, ou Ponte Carías, construída entre 1935 e 1937 pelo Exército dos EUA.

O governo de Honduras, sabendo que a ponte provavelmente enfrentaria condições climáticas extremas, contratou algumas das melhores mentes arquitetônicas do mundo para construir uma ponte que pudesse resistir a qualquer furacão.

No mesmo ano de 1998, Honduras foi atingida pelo furacão Mitch, uma tempestade de categoria 5 que devastou o Caribe. Estradas foram destruídas, houve danos consideráveis ​​em edifícios e todas as outras pontes em Honduras foram destruídas. No entanto, a Nova Ponte do Choluteca manteve-se praticamente intacta.

E veio a disrupção

Foi uma conquista arquitetônica quase perfeita.

A tempestade fez com que o rio cavasse um caminho completamente novo que não corria mais por baixo da ponte. Ou seja, a Nova Ponte do Choluteca não ficava mais sobre o rio, tornando-a essencialmente inútil.

É notável a rapidez com que as coisas podem mudar. Essa situação demonstra como até mesmo as suposições mais simples sobre o estado do mundo (como a localização do rio) podem se provar incorretas.

Existem casos ao longo da história da tecnologia que se assemelham ao dessa ponte. A IBM dominava o setor de tecnologia nos anos 80, até o surgimento do computador pessoal. A Internet e seus custos de distribuição zero interromperam todas as formas de mídia, incluindo impressão, música e vídeo. Mas talvez o melhor ajuste para essa analogia seja a Microsoft.

As mudanças de mercado

A Microsoft foi o sistema operacional dominante por mais de 20 anos. Ela detinha quase o monopólio dos sistemas operacionais para PC. Constuitu a “ponte” de maior sucesso (Windows) no setor de tecnologia sobre um dos maiores “rios” (o PC) de crescimento mais rápido do mercado.

Em seguida, surgiu a internet, que reduziu drasticamente o bloqueio de aplicativos do Windows. Mais importante, veio a segunda disrupção, a mobilidade. E hoje não somos tão dependentes de computadores quanto éramos há dez anos. O mercado de computação saiu debaixo da Microsoft e o que funcionava tão bem na era do PC não se adequou tão bem ao novo paradigma.

A Microsoft previu isso, mas não conseguiu prever as forças que ditariam a competição na era móvel. Eles não descartaram os dispositivos móveis da mesma forma que a Blockbuster descartou a Netflix. A Microsoft, assim como os arquitetos que construíram a Nova Ponte do Choluteca, reconheceu a ameaça e se esforçou para construir uma solução. Ela fez jogadas agressivas no mercado móvel, chegando ao ponto de lançar seu próprio telefone em 2010 e depois comprar a Nokia.

O problema é que ela estava mal equipara e operava de um ponto de vista centrado no Windows, a ponto de não conseguido entender a nova paisagem que estava se formando. Tenho certeza de que os arquitetos da Nova Ponte do Choluteca entendem como o gestores da Microsoft se sentem.

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Foto: reprodução/Medium.