Deturparam Marx: se não funcionou, não era socialismo

Deturparam Marx: se não funcionou, não era socialismo

Deturparam Marx? Afinal, quem poderia adivinhar que políticos de esquerda querem, na prática, ser donos de todos os meios de produção?

Por Redação em 20/07/2021

Você com certeza já ouviu a frase “deturparam Marx”?

Karl Marx defendia a abolição explícita e direta de diversos tipos de propriedade privada e a estatização de todos os meios de produção (fábricas, fazendas, minas, empresas etc.).  Ele chamou isso de “socialismo científico”.

“Mas não é isso o que defendemos!”, afirmam os socialistas de hoje.

Lênin colocou o governo soviético no comando de cada aspecto da vida do indivíduo e fez isso “pelo bem do povo”. Quando a coisa deu errado, recuou e permitiu um pouco de livre iniciativa. Stalin o sucedeu, intensificou o socialismo e declarou que o arranjo iria fazer chegar à perfeição “o paraíso dos trabalhadores” prometido pelos intelectuais socialistas. Gerou milhões de cadáveres.

“Mas não é isso o que defendemos!”, alegam os socialistas de hoje.

Quinze diferentes repúblicas dentro do império soviético se proclamaram inteiramente dedicadas ao socialismo — até que todos os seus regimes entraram em colapso no período de 1989 a 1991. (Veja alguns relatos sobre a vida nesses países aqui, aqui e aqui).

“Mas não é isso o que defendemos!”, dizem os socialistas de hoje.

Deturparam Marx? Quais as implicações práticas em dizer que “o coletivo” é dono de algo?

O Dicionário Oxford define socialismo como sendo “uma teoria política e econômica de organização social que defende que os meios de produção, de distribuição e de troca devem ser propriedade da (ou regulados pela) comunidade como um todo”. 

Mas, afinal, o que significa dizer que “os meios de produção, de distribuição e de troca devem ser propriedade da (ou regulados pela) comunidade como um todo”? 

Você conhece um corpo regulatório que seja formado por todas as pessoas de uma cidade? Mais ainda: formado por todas as centenas de milhões de pessoas de um país? Não seria mais correto simplesmente reconhecer que tais organizações sempre acabam sendo formadas por algumas poucas pessoas que usufruem do poder político?

Em outras palavras: não existe nada controlado “pela comunidade como um todo”. Existe sim um grupo de pessoas que deveria, em tese, representar essas pessoas. Na prática, os membros da alta cúpula do partido socialista, que aplica uma revolução e estatiza quase todos os meios de produção, acabam sendo os donos, os controladores, os proprietários, de tais meios de produção.

Lembre-se: o cubano médio é supostamente representado pelos políticos de cuba (apesar de nem poder votar), mas na prática apenas acata ordens (ou enfrenta as consequências).

Para ler na íntegra, clique aqui.


Foto: reprodução/YouTube