Saúde Digital

Aqui vamos falar sobre a repercussão do uso de novas tecnologias na saúde das pessoas e as mudanças que estão ocorrendo no segmento da saúde devido aos impactos de tecnologias como blockchain, big data, inteligência artificial e IoT.
Denúncia: empresas de prescrição podem estar vendendo dados de pacientes

Denúncia: empresas de prescrição podem estar vendendo dados de pacientes

Empresas que emitem receita digital podem estar vendendo dados de pacientes, de acordo com Claudio Humberto, colunista do Diário do Poder.

Por Redação em 09/07/2021

Empresas ligadas à prescrição eletrônica podem estar vendendo dados de pacientes. Em outras palavras, você consegue uma receita médica através de uma plataforma criada para esse fim, e a empresa dona da plataforma vende seus dados.

O método da prescrição eletrônica, também conhecida como digital, tem sido bastante utilizado por permitir que o paciente não precise ir até o médico: ele pode ser atendido por telemedicina e ter sua receita emitida por meio de plataformas.

O farmacêutico, através do CPF do paciente, tem acesso à prescrição médica. Ele nem precisa ir à farmácia. Ela pode ligar para o estabelecimento de sua escolha e fornecer o documento de identificação.

No entanto, essas plataformas, com essas funções, têm altos custos, operação complexa e necessitam de equipamentos sofisticados e muitos recursos humanos. A dúvida que está sendo levantada é como um negócio dessas proporções pode ser oferecido aos clientes de forma gratuita? De onde vem a receita dessas plataformas para viabilizar a operação?

De graça? O lucro viria, então, vendendo dados de pacientes?

O colunista do Diário do Poder, Claudio Humberto, publicou uma matéria é intitulada “Prescrição eletrônica abriu janela para fraudes”, onde diz o seguinte: “Enquanto a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) não entra em vigor, empresas oportunistas da área de `HealthTech´ faturam com a venda de dados dos pacientes, sem os médicos saberem. Outras, como a Memed e a Nexodata, oferecem `gratuitamente´ às clínicas e hospitais módulos de prescrição eletrônica, que permitem a emissão de receitas por meio digital. O problema é que esse tipo de produto permite o acesso aos dados dos pacientes quando os módulos se integram à plataforma de prontuário eletrônico usada pelos médicos. Esses dados valem ouro”.

Empresas se defendem

O CEO e fundador da Memed, Ricardo Moraes, se defende da acusação feita contra sua empresa, e garante que não comercializa dados.

Ele contou que a Memed já existe no mercado desde 2012 e que recebe investimentos dos maiores fundos do Brasil e alguns até de fora do País. Em janeiro deste ano recebeu um aporte de R$ 20 milhões de um fundo liderado pelo DNA Capital e pela Redpoint Eventures.

“Para poder receber um investimento desses você imagina a quantidade  de advogados americanos e brasileiros que reviraram todas as contas da empresa e dos próprios fundadores? Nós somos a única empresa que tem investimento de todos eles”, afirma Moraes.

Como a Memed sobrevive? Moraes conta que tem vários produtos que comercializa para outros players da cadeia, como as operadoras de saúde e a indústria farmacêutica. “Nós estamos fazendo todo o processo da LGPD. Já contratamos uma consultoria francesa que está nos ajudando nesse processo e temos um escritório com especialistas em Data Security Private. Estamos com a consciência tranquila e nunca fizemos isso [vender dados] e nunca vamos fazer. Se algum outro player do mercado faz, eu não sei te dizer. A Memed não faz”, afirma Moraes.

Já a empresa Nexodata, citada na denúncia, disse que: “A Nexodata refuta veementemente qualquer tipo de acusação nesse sentido e enfatiza que a gestão ética de dados está no DNA dos produtos e serviços oferecidos pela companhia, que atualmente adota os protocolos de proteção aos dados de seus usuários, inclusive, medidas para estar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)”.

Um alternativa para garantir a proteção de dados dos pacientes

A brasileira wconnect criou o Simples Receita, primeiro barramento para o ecossistema de saúde baseado em blockchain e identidade digital descentralizada, justamente para garantir a proteção de dados dos pacientes. Segundo Maurício Conti, diretor da empresa e um dos idealizadores do produto, “com o Simples Receita, o paciente passa a ter uma carteira digital com seu histórico de prescrições e total controle de quem terá acesso aos seus dados médicos. O paciente também pode revogar este acesso a qualquer momento.”

Para mais informações sobre o Simples Receita, basta clicar aqui.

Para mais informações sobre o tema, clique aqui.


Foto: Tobias Tullius.