Contrato de TSE e Oracle sob investigação

Contrato de TSE e Oracle sob investigação

Eleições 2020: Deputado José Medeiros pediu investigação do contrato entre TSE e Oracle, empresa por trás da contagem dos votos.

Por Redação em 30/11/2020

O deputado federal José Medeiros (Podemos-MT) enviou um ofício ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo a abertura de uma investigação sobre o contrato entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a multinacional Oracle.  

A Oracle forneceu o equipamento que contabilizou votos nas eleições municipais e, segundo o deputado, é preciso investigar o contrato e as causas de todos os problemas na contagem.

Mais especificamente, a empresa forneceu o que se chama de “nuvem privada”. Em uma, racks com computadores potentes que fazem o processamento dentro do edifício do TSE.

O contrato entre o TSE e a Oracle custou R$ 26,24 milhões e ocorreu com dispensa de licitação.

“Uma investigação premente deve ser feita sobre o contrato do TSE com a empresa Oracle do Brasil Sistemas, responsável por fornecer os ‘supercomputadores’ usados pelo tribunal.” 

Trecho do Diário Oficial da União

Por que escolheram a Oracle?

Surpreendentemente, o TSE emitiu uma nota oficial respondendo que compraram o “cloud Oracle” porque só a Oracle vende o “cloud Oracle”. Entretanto, diversas outras empresas oferecem serviços de processamento em nuvem (realmente na nuvem ou no formato de “nuvem privada”), como Amazon, Google e Microsoft.

Além disso, de acordo com o Tribunal, a Justiça Eleitoral tem usado os serviços da Oracle desde quando começaram as votações digitais, em 1996. Inegavelmente, esse raciocínio sugere que uma compra anterior retroalimenta futuras aquisições.

TSE fala sobre as causas dos problemas nas eleições

Na nota, o Tribunal explica que as máquinas da Oracle usavam inteligência artificial e que isso interferiu na rapidez da contagem. Quanto mais informação recebiam, mais rápidas ficavam. Essa é uma característica típica da inteligência artificial pois ela “aprende” com dados anteriores e fica “mais inteligente” conforme executa seu trabalho.

A nota afirma o seguinte: “Como se tratava de equipamento novo, a totalização dos resultados do primeiro turno das eleições foi realizada em 1 banco de dados com tabelas totalmente vazias”.

Contudo, o TSE não explicou por que não ocorreu a seus técnicos que as tabelas de contabilização estariam vazias no início da votação. Tampouco explicou o motivo pelo qual quiseram utilizar inteligência artificial, já que a contagem de votos é uma operação relativamente simples.

De fato, a contabilizar votos requer apenas entrada de dados e alta capacidade de processamento, mas a máquina utilizada para isso não precisa aprender nem tomar decisões autônomas, que é o grande diferencial das máquinas equipadas com inteligência artificial.

Para ler a matéria na íntegra, acesse o site Poder 360.