O ativismo político acabou com o patriotismo da seleção

O ativismo político acabou com o patriotismo da seleção

Camisa verde e amarela da seleção virou sinônimo de política. Não era assim antes.

Por Rodrigo Cavalo em 18/02/2022

Havia tempo em que se parava tudo para ver a “Seleção Canarinho” jogar. Havia orgulho, as pessoas sabiam a escalação completa, comentavam, discutiam e torciam…ah, torciam muito!

Não havia uma roda de amigos em que a discussão não passasse pela seleção, como se diziam: “de técnico e louco, todos temos um pouco”

Mas o que aconteceu? Só eu percebi?

De uns tempos para cá, tudo mudou, perderam-se a vontade, a esperança e até mesmo a paciência. As vezes nem sabemos que tem jogo, ficamos sabendo no outro dia, por acaso em alguma matéria de jornal. Mas porque esse sentimento mudou? Não chegamos ao ponto de torcer contra (alguns até chegaram, não muitos, acredito), mas chegamos ao ponto de deixar para lá…

Me lembro bem quando isso mais ou menos aconteceu. Não, não foi pelo jogo ruim, isso já aconteceu em outras épocas, seleções ruins já existiram… agora foi diferente, não me sinto representado. Algo que quiseram que nós engolíssemos (parafraseando o grande Zagallo), mas não. Não engolimos!

Assim como uma oportunidade de gol, nos pés de um centroavante aos 47 minutos do 2° tempo, tem coisas que você não pode perder, eu não perdi, não perdi meu orgulho, orgulho de ser brasileiro. Torço pelo Brasil, por um país melhor, pela seleção, nem tanto mais!

E o patriotismo pela seleção, como está?

Ah, isso está pior que os 7×1 (desculpe por lembrar vocês disso).

Agora sei de quem é a culpa, foi dele, daquele que era para ser o maestro, o comandante. Me decepcionei, não pela escalação ou tática de jogo, me decepcionei pelas declarações… pela falta de humildade em reconhecer um patriota eleito democraticamente, pelo ativismo político que afundou nossos sonhos. 

Não duvido que não se empenhe por uma conquista de copa do mundo só para não dar o gosto de um presidente patriota comemorar, não duvido que escale jogadores pela ideologia, esquece a meritocracia, isso não faz parte do dicionário de quem veste a camisa vermelha. Não duvidem também, pois são assim, trabalham nas sombras, boicotam, aniquilam e perseguem seus adversários… o marxismo acima de tudo, até mesmo acima de uma nação, esperar o que de pessoas que queimam a bandeira de seu país e exaltam de outro?

E se jogássemos com Cuba em uma final? Talvez, somente talvez, uma derrota avassaladora, fico imaginando o malfadado, correndo e comemorando em seu pensamento… Cuba venceu! Depois se reuniria com seu ídolo, o descondenado, regados a um bom vinho e comemorando… Cuba venceu! Viva Fidel! O Comunismo é melhor!

É, conheço esse tipo, infelizmente!

*Rodrigo Cavalo é bacharel em Direito e pós graduado em Direito e Processo do trabalho. Crítico por natureza.


Foto: Gustavo Ferreira