O site do Ilisp, durante a cobertura das eleições 2018, acompanhou o então pré-candidato à presidência da República, Ciro Gomes, em evento organizado pela Frente Nacional de Prefeitos.
Na oportunidade, durante seu discurso, Ciro Gomes, afirmou que “5 brasileiros somam a fortuna dos 100 milhões de brasileiros mais pobres”, o que seria prova real da “grande desigualdade de renda” no Brasil. Ciro ainda destacou a necessidade de “mais impostos sobre os mais ricos”, e enfatizou inclusive a suposta necessidade de elevar os impostos sobre heranças. Mas Ciro foi exposto.
Diante disso, o Ilisp analisou sobre a suposta fortuna destes 5 brasileiros, bem como a forma como a elevação dos impostos atingiria estas pessoas. Confira:
Ciro exposto: a equivocada fonte de informação
A ONG Oxfan é inglesa e tem viés pró-esquerda, defendendo amplamente a maior intervenção do Estado na economia para combater a desigualdade social e a ampliação dos gastos estatais em nome dos “direitos sociais”.
Segundo relatado no Ilisp, consultando a página 32 do relatório da Oxfam, a fonte da “informação” sobre a riqueza dos brasileiros é o Credit Suisse. Para ser mais preciso, de acordo com a Nota 78 do relatório (página 89), é um “cálculo da Oxfam, com base nos dados do informe de 2016 do banco Credit Suisse “Global Wealth Databook 2016”, e da lista Forbes “The World’s Billionaires”, considerando o Ranking de 2016”.
Outros dados importantes são levantados pelo site, como por exemplo a informação de que o levantamento é feito com base em informações incompletas. Além disso, os autores do estudo do Credit Suisse mencionam (página 4), “nenhum país do mundo possui uma fonte de informação completa sobre riqueza pessoal e muitos países de renda média ou baixa possuem poucas evidências diretas”.
Na página seguinte, cita que somente 23 países possuem dados completos de riqueza financeira e não-financeira (Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão, entre outros). Outros 25 países, incluindo o Brasil, não possuem dados sobre a riqueza não-financeira do setor privado e, portanto, são exibidos como países com “dados incompletos” no relatório.
O estudo apresentado pela Oxfam ainda admite que: “no Brasil, não é possível abordar o tema da riqueza sem considerar prioritariamente o patrimônio ‘não financeiro’. Do total da riqueza média da população, 68% é composto por patrimônio não financeiro, como terras, imóveis e outros bens”.
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Ciro exposto: quem são os 5 brasileiros mais ricos?
O Ilisp analisou a citação, tendo com o base o material publicado no site da Globo. Os cinco brasileiros mais ricos, de acordo com a revista Forbes, são:
- Jorge Paulo Lemann, 78 anos (3G Capital) – R$ 95,3 bilhões
- Joseph Safra, 78 anos (Banco Safra) – R$ 71,1 bilhões
- Marcel Herrmann Telles, 67 anos (3G Capital) – R$ 47,7 bilhões
- Carlos Alberto Sicupira, 69 anos (3G Capital) – R$ 40,7 bilhões
- Eduardo Saverin, 35 anos (Facebook) – R$ 29,3 bilhões
Nota: três entre os cinco citados na lista da Forbes são sócios da mesma empresa, o fundo 3G Capital. “É importante salientar que boa parte da fortuna dos bilionários mundiais está em participações acionárias e não em dinheiro vivo. Ou seja: cada um deles fica mais ou menos rico de acordo com a oscilação do preço das ações que possuem”, destaca a reportagem do Ilisp.
Que segue citando a importância de ser considerado este fato quando se falar em impostos sobre grandes fortunas ou impostos sobre heranças, uma vez que não há como cobrar impostos sobre participações acionárias enquanto elas não forem transformadas em dinheiro vivo, ou seja, enquanto elas não forem vendidas pelos proprietários.
Ficou curioso e quer saber mais? Então leia a matéria publicada na íntegra pelo Ilisp.
Foto: André Carvalho/CNI.