Bia Kicks: eleição 2022 só será confiável com voto impresso 100%

Bia Kicks: eleição 2022 só será confiável com voto impresso 100%

Bia Kicks gostaria de 100% das urnas com voto impresso até as eleições de 2022, mas TSE, Diego Aranha e Paulo Matias dizem que não é possível.

Por Redação em 08/06/2021

De acordo com a deputada Bia Kicks, é necessário adotar o voto impresso em 100% das urnas. Ela rejeita uma implementação gradual das impressoras, a exemplo do teste realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2002, com 6% das urnas.

“Eu, como autora da PEC, faço questão de 100% de impressoras nas urnas; repudio uma implementação gradual, que vai legitimar uma possível fraude”, diz Kicks. “Se houver apenas um projeto-piloto, com transformação de parte das urnas, “nós vamos continuar dizendo que é ilegítimo sim, vamos continuar desconfiando”, complementa.

A PEC do voto impresso precisa ser aprovada em dois turnos na Câmara e no Senado, por três quintos dos deputados e senadores, até início de outubro para valer já na eleição de 2022. Legislação que muda regra eleitoral precisa ser aprovada com, no mínimo, um ano de antecedência ao pleito para vigorar.

Caso aprovada, e partindo do pressuposto de que não será questionada no STF, só então o TSE poderia realizar uma licitação para a compra das impressoras.

Bia Kicks não é a única a apoiar o voto impresso

Diego Aranha, professor associado de segurança de sistemas na Universidade de Aarhus, na Dinamarca, já encontrou diversas vulnerabilidades em todos os testes em que esteve presente. O Jornal da USP também fez uma publicação indicando a existência de falhas.

O objetivo é que a urna imprima uma papel para o eleitor confirmando que seu voto foi computado corretamente.

Diego Aranha, TSE e Paulo Matias dizem que é impossível

Para Diego Aranha, professor associado de segurança de sistemas na Universidade de Aarhus, na Dinamarca, é “simplesmente impossível” conseguir implantar o sistema para 100% dos eleitores.

“Daria para fazer um projeto piloto, no máximo”, diz Aranha, que é uma das principais referências no tema e foi investigador nos testes públicos de segurança feitos pelo TSE em 2012 e 2017.

“Eu duvido muito que qualquer mudança possa ser feita em 100% da votação até ano que vem. Mesmo se fôssemos para uma proposta mais simples de implementar, como os formulários ópticos dos Estados Unidos, seria necessário treinar eleitores, mesários, e toda a equipe da Justiça Eleitoral”, diz Paulo Matias, professor do Departamento de Computação da Universidade Federal de São Carlos.

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Foto: reprodução/Facebook.