Aos fatos: Agência de “fact checking” é condenada por publicar notícia falsa

Aos fatos: Agência de “fact checking” é condenada por publicar notícia falsa

Jornal Cidade On-line foi acusado de integrar uma "rede de desinformação", mas a agência não checou os fatos.

Por Mari Gatti em 16/05/2022

A Aos Fatos foi condenada por publicar informações falsas sobre o Jornal Cidade Online.

Em síntese, a “agência de checagem” acusou o Jornal de integrar uma suposta “rede articulada de desinformação” em parceria com a viúva do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que mantém um site chamado A Verdade Sufocada.

A Aos Fatos argumentou que o site e o Jornal Cidade Online teriam em seus códigos-fonte o mesmo número de identificação do programa de monetização do Google, o Google AdSense, e que isso seria uma prova da “rede de fake news”.

Trecho de reportagem de Aos Fatos

Entretanto, o Google desmentiu tal narrativa.

Emerson Grigollette, advogado do Jornal, solicitou ao Google que a acusação fosse averiguada, e a big tech deu a seguinte resposta em relatório: “Não encontramos nenhum registro de que a URL ‘http://averdadesufocada.com’ faça ou tenha feito parte do Programa do Google AdSense.”

Ao proferir a sentença, o juiz Diego Diel Barth, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, disse que o posicionamento do Google sobre o caso fez cair por terra a acusação da Aos Fatos.

A determinação do juiz: Aos Fatos condenada a indenização e a retirar matérias do ar

Barth determinou que a empresa deve pagar uma indenização no valor de R$ 10 mil e retirar do ar as matérias com informações falsas, incluindo a reportagem “Rede de desinformação do Jornal da Cidade Online irriga site de viúva de Ustra”. O prazo é de 5 dias após o recebimento da intimação da sentença, passível de multa diária de R$ 500 em caso de descumprimento.

Tai Nalon, fundadora do Aos Fatos, disse ao Poder360 que ainda não havia recebido a notificação judicial e que não sabia o conteúdo da condenação.

* Mari Gatti, escritora.


Foto: Jorge Franganillo